Durante live semanal nesta terça-feira (22/8), o presidente Lula (PT) criticou o Fundo Monetário Internacional (FMI) e defendeu a criação de um novo banco mundial. Ele desembarcou em Johanesburgo ontem para participar da 15ª cúpula do Brics, onde pretende abordar o assunto com os outros países membros.
“A gente quer criar um banco muito forte, que seja mais forte que o FMI, mas que tenha outro critério de emprestar dinheiro para os países. Não de sufocar, mas de emprestar na perspectiva que o país vai criar condições de investir o dinheiro, se desenvolver e pagar”, disse Lula.
O FMI é uma organização internacional com sede nos Estados Unidos, criada com o objetivo de ajudar na reconstrução do sistema monetário mundial no período pós-Segunda Guerra. Atualmente, o fundo é o maior provedor de empréstimos para nações.
Lula criticou a postura do FMI ao não se manifestar quando há crise nos países desenvolvidos, mas quando há uma crise em um país pequeno, o fundo se intromete. “Na verdade ele deveria ajudar, mas não ajuda. O dinheiro que se põe lá é quase como um cabresto, o país fica preso aquilo e não consegue sair”, afirmou Lula.
Segundo Lula, é necessário que o comércio internacional não fique preso apenas ao dólar. Para isso, ele defendeu a criação de uma moeda de referência para todos os países como uma forma de ampliação das possibilidades de acordos, inclusive para países que estão com sua moeda desvalorizada, como a Argentina.
“O que é importante é que a gente não pode depender de um único país que tem o dólar e nós somos obrigados a viver de acordo com a flutuação dessa moeda”, defendeu Lula. “Não é negar o dólar, ele vai continuar com o valor que tem. Mas nós não precisamos, se não tiver dinheiro para comprar dólar, comprar dólar. Negocia na nossa moeda”, concluiu.
Dessa forma, o presidente acredita que as relações comerciais serão mais serenas, mais maduras e menos pragmáticas.