A investigação que apurava a participação de empresários em conversas sobre um possível golpe de Estado encontrou mensagens atribuídas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com orientações para que fossem espalhadas fake news. O inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) foi arquivado, mas nesta terça-feira (22/8) a Polícia Federal intimou Bolsonaro a prestar um depoimento sobre as mensagens achadas.
De acordo com a PF, foi achado no celular do empresário Meyer Joseph Nigri, dono da Tecnisa, um diálogo com um contato arquivado com o nome de "Bolsonaro 8", antes de enviar mensagens de estímulo ao golpe de Estado a um grupo de Whatsapp intitulado "Empresários & Política".
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De acordo com a PF, o conteúdo enviado pelo contato "Bolsonaro 8" e encaminhado ao grupo de empresários era falso e atacava instituições públicas, "especialmente ministros do STF, desacreditando o processo eleitoral brasileiro".
O arquivamento da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) que apurou a participação de empresários em conversas sobre possíveis formas de promover um golpe de Estado contou com a observação, feita pela Corte, de que os empresários Meyer Joseph Nigri, dono da Tecnisa, e Luciano Hang, proprietário da Havan, seriam investigados por mais 60 dias pela Polícia Federal.
Quanto a Joseph Nigri, a PF suspeita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria o orientado a espalhar fake news pelo Whatsapp. É que, segundo apurações da polícia em seu aparelho celular, Nigri manteve um diálogo com um contato arquivado em seu aparelho celular com o nome de "Bolsonaro 8", antes de enviar mensagens de estímulo ao golpe de estado a um grupo de Whatsapp intitulado "Empresários & Política'.
Além de repassar o conteúdo enviado por "Bolsonaro 8" ao grupo de empresários, Joseph Nigri teria retornado a "Bolsonaro 8" e dito que a mensagem foi "repassada a vários grupos". Os empresários contemplados com o arquivamento são Afrânio Barreira Filho, José Isaac Peres, José Koury Junior, Ivan Wrobel, Marco Aurélio Raymundo e Luiz André Tissot.
Ao jornal O Estado de S. Paulo , a defesa de Nigri disse que o empresário "recebeu uma ou outra mensagem do presidente República e repassou para pouquíssimos grupos"."Ele não tem Facebook, não tem Instagram, não tem nenhuma plataforma de disseminação em massa de notícias ou mensagens, não é uma pessoa que tinha envolvimento com disseminação de fake news", acrescentou. O Correio Braziliense também tentou contato com ele, mas ainda não teve retorno.
"Não temos nada a esconder, ele colaborou amplamente com as investigações, se deslocou até Brasília para ser ouvido novamente e continua à disposição das autoridades", disse outro trcho da nota da defesa.
Luciano Hang
Em relação a Luciano Hang, dono da loja Havan, Moraes afirmou que, de acordo com a PF, há necessidade de extração e análise do material apreendido em seu celular, em razão da ausência do fornecimento das senhas pelo investigado. O ministro informou que a PF ainda trabalha no processo de identificação das senhas.