Após a confusão por conta de pedidos de quebra de sigilo que culminou no cancelamento da sessão de terça-feira (22), o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), se reuniu, nesta quarta-feira (23/8), com o comandante do Exército, Tomás Miguel Paiva. Segundo ele, deve ser avaliada a conduta individual de cada militar no dia dos ataques que resultaram na depredação dos prédios dos três Poderes.
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Segundo o parlamentar, o comprometimento com valores democráticos das Forças foi fundamental para a transição de governos. “Fiz questão, nesse momento final (da CPMI), nessa reta final, de vir aqui cumprimentar o comandante do Exército, Estado Maior das Forças Armadas, o general Tomás, juntamente com o ministro (da Defesa) José Múcio”, disse.
“ dizer que, como presidente da CPMI, a mensagem que eu trago é de que tenha passado tudo que aconteceu e que tenham sido levados à CPMI militares – e outros ainda irão depor – mas que essa condição individual de alguns membros das Forças Armadas, de maneira nenhuma diminui o papel das Forças Armadas que nós brasileiros temos a obrigação de preservar, cuidar e, sobretudo, reconhecer o papel de compromisso democrático”, completou.
Na terça-feira, um racha entre os parlamentares governistas e de oposição, envolvendo uma convocação ou quebras de sigilo da deputada Carla Zambelli (PL-SP), resultou no cancelamento da sessão. A pauta, que pelas regras do Congresso devem ser apresentada com 48 horas de antecedência, acabou abrindo lugar para a negociação, o que acabou falhando.
“Penso que depois do depoimento do hacker (Walter Delgatti Neto), é importante que isso (quebras de sigilo de Zambelli) seja colocado. Havia vários requerimentos nessa direção, a relatora reputa como importante. Havia a proposta que a deputada fosse convocada, a relatora, com razão ao meu ver, reagiu dizendo que ela não poderia inquirir ninguém sem ter elementos para fazer ali a arguição dela então partimos para esta decisão de pautar, para que nós tenhamos uma decisão”, explicou Maia.
O presidente do colegiado tenta manter uma boa relação com militares e na pauta de quinta-feira (24/8) está prevista a votação de requerimentos da convocação do segundo-tenente do Exército, Osmar Crivelatti - próximo de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de diversas quebras de sigilo, como do hacker Walter Delgatti Neto e dos citados na oitiva da última quinta-feira: Carla Zambelli;Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente que teria acompanhado o hacker ao Ministério da Defesa para estudar o funcionamento das urnas; e Luis Marcos dos Reis, suspeito de movimentar R$ 3,3 milhões e repassar parte a Mauro Cid.