A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro deve aprovar uma nova convocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A reunião deliberativa para votar o requerimento está marcada para a manhã desta quinta-feira (24/8).
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Na última semana, investigações da Polícia Federal (PF) apontaram o envolvimento do braço-direito do ex-presidente em um esquema de venda ilegal de joias que foram recebidas por Bolsonaro como presente de autoridades estrangeiras. No dia 31, Bolsonaro, Michelle, Cid e outros envolvidos irão prestar depoimento sobre o caso de maneira simultânea.
O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), no entanto, nega que o colegiado irá investigar o caso das joias pois não teria relação com o ataque aos três poderes. “Se quiserem fazer uma CPI pra discutir presentes de ex-presidentes venda de Rolex, negócio de joias, façam outra CPMI", disse.
A comissão ainda deve votar a quebra dos sigilos fiscais, telefônicos e telematicos da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), citada no depoimento do hacker Walter Delgatti Neto como uma “intermediária” ao ex-presidente Bolsonaro.
“Zambelli teria negociado com este (Delgatti), inclusive ofertando-lhe dinheiro em espécie, para que invadisse as urnas eletrônicas e realizasse invasões de dispositivos informáticos, com o fim de questionar a validade do sistema eleitoral", justifica Eliziane.