A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro deve aprovar uma nova convocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A reunião deliberativa para votar o requerimento está marcada para a manhã desta quinta-feira (24/8).
ficou em silêncio durante os questionamentos dos parlamentares. Segundo a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a reconvocação está adiantada porque seria uma necessidade clara dos trabalhos da comissão.
O militar havia prestado um primeiro depoimento ao colegiado no dia 11 de julho, mas “Requer-se nova inquirição do tenente-coronel Mauro Cid em parte em razão das práticas já apontadas em outras investigações, em parte pelo fato de que suas manifestações em diálogos já divulgados sugerem eventual envolvimento em escala até maior do que a inicialmente apontada", argumenta Eliziane Gama em entrevista para a TV Senado.
Na última semana, investigações da Polícia Federal (PF) apontaram o envolvimento do braço-direito do ex-presidente em um esquema de venda ilegal de joias que foram recebidas por Bolsonaro como presente de autoridades estrangeiras. No dia 31, Bolsonaro, Michelle, Cid e outros envolvidos irão prestar depoimento sobre o caso de maneira simultânea.
O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), no entanto, nega que o colegiado irá investigar o caso das joias pois não teria relação com o ataque aos três poderes. “Se quiserem fazer uma CPI pra discutir presentes de ex-presidentes venda de Rolex, negócio de joias, façam outra CPMI", disse.
A comissão ainda deve votar a quebra dos sigilos fiscais, telefônicos e telematicos da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), citada no depoimento do hacker Walter Delgatti Neto como uma “intermediária” ao ex-presidente Bolsonaro.
“Zambelli teria negociado com este (Delgatti), inclusive ofertando-lhe dinheiro em espécie, para que invadisse as urnas eletrônicas e realizasse invasões de dispositivos informáticos, com o fim de questionar a validade do sistema eleitoral", justifica Eliziane.