O presidente Jair Bolsonaro (PL) já disse não ter certeza sobre a inocência do filho 04 diante de investigações e jogou a responsabilidade em sua ex-mulher, a mãe de Jair Renan. No ano passado, ainda como presidente, Bolsonaro disse que filho vivia com a mãe, estava longe dele "há muito tempo" e que não sabia se o filho 04 estava certo ou errado diante das investigações.
Quarto filho do presidente, esse de seu segundo casamento, Jair Renan era então alvo de inquérito do Ministério Público Federal sob suspeita de tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Naquela semana, ele prestou depoimento à Polícia Federal.
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Jair Renan é alvo nesta quinta-feira (24) de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal relacionada a um grupo suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Os investigadores cumprem dois mandados de busca contra Jair Renan, um em Balneário Camboriú (SC), onde ele mora atualmente, e um outro em Brasília. A investigação está a cargo da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, da área de combate à corrupção e ao crime organizado da Polícia Civil do Distrito Federal.
Os nomes do presidente e dos filhos já foram ligados a casos sobre funcionários fantasmas, evolução patrimonial suspeita, vínculo com miliciano e caixa dois eleitoral. Em alguns casos, a família é diretamente investigada, em outros, teve o nome mencionado em depoimento ou manteve algum vínculo indireto com os envolvidos.
Jair Renan ainda não se manifestou sobre a operação desta quinta-feira. No ano passado, em meio a outras investigações diante de suspeitas de tráfico de influência e lavagem de dinheiro, ele negou as acusações de recebimento de propina e de defender interesses empresariais junto ao governo.
"Eu me sinto revoltado com tudo isso que tá acontecendo. Nunca recebi nenhum cargo, nenhum dinheiro, nunca fiz lavagem de dinheiro, e estão tentando me incriminar numa coisa que não fiz", afirmou na ocasião o filho 04 do presidente.
Em agosto do ano passado, a Polícia Federal afirmou em relatório final da investigação sobre a atuação de Jair Renan que não havia encontrado crimes na suposta atuação do filho do presidente em favor de empresários. Na ocasião, o caso foi encerrado na superintendência da PF no Distrito Federal sem nenhum indiciamento.
O inquérito foi aberto em março de 2021, após pedido do Ministério Público Federal baseado em denúncias feitas por parlamentares da oposição ao governo. Como revelou a Folha de S. Paulo, a cobertura com fotos e vídeos da festa de inauguração da empresa do 04 em Brasília foi realizada gratuitamente por uma produtora que tem contratos com o governo federal.
A revista Veja, por sua vez, mostrou a abertura da empresa e como Jair Renan solicitou ao gabinete da Presidência da República uma audiência para tratar de interesses comerciais de um de seus patrocinadores do Espírito Santo.
Empresas capixabas chegaram a doar um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil para um projeto parceiro da empresa de Renan, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia.