A CPI dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal, ouve hoje o Tenente-Coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No início do depoimento, Cid afirmou que permanecerá em silêncio durante a sessão, assim como fez na CPMI realizada pelo Congresso Nacional.
“Em respeito ao Congresso Nacional e seguindo a mesma linha adotada naquela linha de inquérito e sem qualquer intenção de desrespeitar os trabalhos conduzidos por essa CPI, e considerando minha inequívoca condição de investigado e por orientação da minha defesa técnica, farei uso em toda essa sessão do meu direito constitucional ao silêncio”, declarou o militar.
Cid foi convocado para esclarecer o envolvimento dele nos planos para execução de um golpe de Estado contra o presidente Lula e manter Jair Bolsonaro no poder. Em operação da Polícia Federal foi encontrado no celular do militar uma minuta golpista, com o passo a passo para o golpe.
Cid está preso por suspeita de fraude no Ministério da Saúde ao incluir dados de vacinação falsos de seus familiares e da família Bolsonaro.
Em investigações da PF, também foi apontado o envolvimento do braço-direito do ex-presidente em um esquema de venda ilegal de joias que foram recebidas por Bolsonaro como presente de autoridades estrangeiras. Atualmente, Cid usou o direito de falar apenas para descrever as atribuições da função dele enquanto ajudante de ordens do ex-presidente, incluindo o dever de receber e entregar presentes ao mandatário, assim como impressão de documentos, execução da agenda, recepção de pessoas ou autoridades para reuniões, atendimento de ligações, recebimento de correspondências e auxiliá-lo com suas finanças pessoais.
Também explicitou que a função dele era de assessorar o então presidente e que não participava de atividades relativas à gestão pública. “Exatamente pela discrição inerente à função, não questionamos o que era tratado nas respectivas agendas e reuniões”, afirmou Cid.