Ao que o senador mineiro se levantou para deixar o local, o deputado Rogério Correia (PT-MG) pediu para que ele ficasse para ouvir o que teria a dizer. A fala gerou um tensionamento e um bate boca entre os parlamentares.
"Fariseu batia no peito e falava 'sou honesto, filho de Deus, sou santo'. Só o fariseu que serve. Tem os fariseus da época atual, aqui na CPMI. Esses fariseus de hoje não aceitam presente, não aceitam PIX, querem tomar vacina e eles tomaram vacina", afirmou o senador se dirigindo a Rogério Correia.
As falas do senador fazem referência aos R$ 17 milhões que Bolsonaro arrecadou com doações PIX para pagar a multa de quase R$ 1 milhão aplicada pelo Estado de São Paulo por não fazer uso de máscaras durante a pandemia da COVID-19.
Já os presentes se referem às joias e acessórios que Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) receberam de governos estrangeiros e foram incluídos em seu acervo pessoal ao deixarem o cargo. Entre eles estão dois estojos avaliados em mais de R$ 1 milhão cada, relógios que acabaram saindo do país e sendo comercializados ilegalmente nos Estados Unidos e até o item que foi apreendido pela Receita Federal, avaliado em mais de R$ 16 milhões, que era um presente do governo da Arábia Saudita.
Em seguida, Cleitinho relembrou o depoimento do hacker Walter Delgatti, que acusou, entre outras coisas, Bolsonaro de pedir para que ele tentasse fraudar as urnas eletrônicas durante a eleição presidencial de 2022 e que daria um indulto para que ele não fosse punido pelo crime. O hacker não apresentou provas durante seu depoimento.
"Vi um charlatão vir aqui semana passada, um cretino, que está condenado. Esse condenado virou herói, esses fariseus são tão hipócritas", afirmou o senador bolsonarista.
Apesar das falas do parlamentar mineiro, Bolsonaro e seu filho, o também senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) confirmaram que houve uma conversa entre o ex-presidente e Delgatti. Contudo, eles alegam que a conversa tinha como objetivo mostrar falhas no sistema eleitoral.
O encontro, que também teria contado com a presença dos ex-ajudantes de ordem coronel Câmara e o tenente-coronel Mauro Cid, foi intermediado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) que contratou o hacker para, segundo ela, administrar seu site e suas redes sociais.
"Fica aí pra escutar. Foge não", pediu o deputado Rogério Correia.
Ao que Cleitinho respondeu, "Você acha que vou ter medo de você, Rogério Correia?".