O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que fixa entendimento para descriminalizar o porte de drogas para consumo pessoal. Em artigo publicado no jornal “Folha de S.Paulo”, na última sexta (25/8), o senador mineiro afirmou que a corte não tem competência institucional ou expertise para regular o tema, o que caberia ao Poder Legislativo.
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Na quinta-feira (24/8), o julgamento chegou ao placar de 5 votos a 1 para a descriminalização, com ministros defendendo diferentes quantidades do entorpecente para que o caso em questão seja considerado consumo pessoal. Luís Roberto Barroso, por exemplo, já defendeu até 100 gramas de maconha, já Alexandre de Moraes entre 25 e 60 gramas.
Os argumentos tendem a compreender que a criminalização da droga tem criado um problema no encarceramento, principalmente de jovens negros e periféricos. Já votaram a favor do tema o relator Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin e Rosa Weber.
Ministra e presidente do STF, Weber antecipou seu voto em razão de um pedido de vista do ministro André Mendonça, que tem 90 dias para analisar mais profundamente o tema antes de emitir seu voto. A magistrada tem aposentadoria prevista para o fim de setembro e a Suprema Corte vai ser presidida, então, por Barroso.
Até o momento, apenas Cristiano Zanin, o mais novo membro do STF, votou contra a descriminalização da maconha. Ele defende que seja mantido o artigo que prevê sanções administrativas aos usuários de drogas. Contudo, se colocou favorável à necessidade de que seja fixado um critério objetivo, baseado no peso, para que sejam diferenciados usuários de traficantes.