O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), impetrou nesta quinta-feira (31/8), no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), um mandado de segurança para garantir que não seja afastado do comando do Legislativo, caso seja aceito o pedido de abertura de um processo de cassação contra ele. A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) vota amanhã os pedidos de cassação de Gabriel e também do vereador Marcos Crispim (Pode).
Gabriel Azevedo não informou os fundamentos do seu pedido, mas disse que um possível afastamento, como vem sendo defendido por alguns vereadores, é "um crime". A reportagem procurou o TJMG para saber os trâmites desse pedido e quem será o responsável pela análise, mas a assessoria do tribunal ainda não respondeu aos questionamentos. Assim que isso for feito, a reportagem será atualizada.
A deputada federal Duda Salabert (PDT) , que foi, até ano passado, vereadora na CMBH, comentou, em suas redes sociais, a possibilidade de cassação de Azevedo e defendeu seu afastamento. Segundo ela, o que está acontecendo na Câmara de Belo Horizonte é "algo gravíssimo".
"O presidente Gabriel tem usado repetidamente de seu cargo para atacar, ameaçar e constranger vereadores. O autoritarismo e esses arroubos de fúria já eram perceptíveis desde quando eu era vereadora", afirma a deputada que é do mesmo partido do vereador Wagner Ferreira (PDT), seu suplente, chamada por Azevedo de "resto de ontem" durante uma discussão na CMBH. A discussão de Azevedo com o pedetista é um dos motivos do pedido de cassação do presidente feito por Nely Aquino.
São necessários 21 dos 41 votos para que o processo contra ambos comece a tramitar. O vereador Juliano Lopes (Agir), primeiro vice-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), aceitou a denúncia contra Azevedo, feita na última segunda-feira por sua ex-aliada, Nely Aquino (Pode). Ela antecedeu o presidente da Câmara no comando do Legislativo antes de ser eleita, ano passado, deputada federal, e foi uma das principais responsáveis pela articulação que garantiu a eleição de Azevedo como presidente.
Azevedo nega as acusações e se diz vítima de uma perseguição orquestrada pela Prefeitura de Belo Horizonte. O prefeito da capital, Fuad Nomam, não quis comentar a declaração de Azevedo.