Verbas municipais podem ser destinadas para custeio da Marcha para Jesus. Esse é o entendimento do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) após uma consulta feita ao órgão. O parecer da Corte de Contas mineira aponta que o evento tem “caráter sociocultural, folclórico, turístico, assistencial e até mesmo econômico”.
A consulta sobre o tema foi feita de forma eletrônica pelo deputado federal Lincoln Portela, de Minas Gerais, e o posicionamento do TCE-MG foi emitido na sessão do Tribunal Pleno realizada na última quarta-feira (30/08), presidida pelo conselheiro Gilberto Diniz. Na ocasião, os membros do colegiado aprovaram, por unanimidade, o voto do relator, Durval ngelo.
Na conclusão do voto, o relator acrescentou que “a regularidade dos gastos e o atendimento aos preceitos constitucionais e contratuais, bem como da prestação de contas, dependerá da análise individual do caso concreto sobre a destinação, aplicação e controle dos recursos públicos disponibilizados, após aprovação da competente lei pelo Legislativo Municipal”.
Um projeto de lei que busca reconhecer a Marcha para Jesus como de relevante interesse cultural, religioso, turístico e social, no Estado, tramita desde abril na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A proposta, de autoria do deputado Eduardo Azevedo (PSC), foi aprovada em primeiro turno na última quinta-feira (31/8).
Marcha para Jesus
Criada em 1987 em Londres, no Reino Unido, a Marcha para Jesus chegou ao Brasil seis anos depois. A primeira edição aconteceu em São Paulo, com participação de mais de 350 mil pessoas. Em 2022, a marcha na capital paulista gerou impacto econômico de mais de R$ 54 milhões, segundo o Observatório de Turismo e Eventos, da SPTuris.
Em Minas Gerais, a cidade de Contagem, na Grande BH, realizou a edição deste ano em 8 de julho. A próxima marcha no estado, de acordo com o perfil da organização nas redes sociais, será em novembro, em Cataguases, na Zona da Mata.