A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para os dias 13 e 14 deste mês o julgamento das primeiras três ações penais relacionadas aos ataques de 8 de janeiro - quando extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes. Na ocasião, serão julgados três homens apontados como "executores" ou seja, que participaram ativamente das depredações.
Serão julgados os réus Aécio Lúcio Costa Pereira, Thiago de Assis Mathar e Moacir José dos Santos. De acordo com o Supremo, o trio responde pela prática de "associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado".
A Procuradoria-Geral da República (PGR) defende uma pena que pode chegar a 30 anos de prisão em regime fechado. Moacir é apontado como um dos que invadiu o Palácio do Planalto, quebrou vidros, depredou móveis, painéis, mesas, e deixou outros danos.
No Planalto, o grupo que foi até o local também quebrou um relógio trazido ao Brasil por D. João VI em 1808 e rasgou uma tela do pintor de Di Cavalcanti.
No caso de Aécio Pereira, a procuradoria afirma que ele invadiu o prédio do Congresso e "passou a quebrar vidraças, espelhos, portas de vidro, móveis, lixeiras, computadores, totens informativos, obras de arte, pórticos, câmeras de circuito fechado de TV, carpetes, equipamentos de segurança e um veículo Jeep Compass, acessando e depredando espaços da Chapelaria, do Salão Negro, das Cúpulas, do museu, móveis históricos e a queimar o tapete do salão verde da Câmara dos Deputados, empregando substância inflamável".
As sessões de julgamento ocorrerão de maneira presencial, começando pela manhã em ambos os dias. A tendência é de que os julgamentos tenham posições firmes dos ministros e com penas consideradas exemplares, potencializadas pela transmissão ao vivo do julgamento. Na mesma data, a ministra Rosa também pautou uma ação que questiona a violação de direitos fundamentais e da dignidade da pessoa humana no sistema prisional, em razão da precariedade dos complexos penais em todo o país.