O advogado Cezar Bitencourt, defensor do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o militar não fez acusações contra o ex-presidente nos depoimentos dados à Polícia Federal (PF). Nesta quinta-feira (31/9) Cid foi ouvido por quase 12 horas.
Bitencourt afirmou ao Blog da jornalista Camila Bonfim, do g1, que as declarações do ex-braço-direito de Bolsonaro à PF se tratavam de pagamentos feitos a pedido do ex-presidente, e que todos eles estariam dentro da lei. “O Cid assumiu tudo. Não colocou Bolsonaro em nada. Não tem nenhuma acusação de corrupção, envolvimento de Bolsonaro, envolvimento ou suspeita de Bolsonaro”, disse.
A versão relatada pelo advogado é mais uma das suas declarações conflitantes. Em agosto, Bitencourt havia dado uma entrevista à revista “Veja” dizendo que Mauro Cid confessaria o mando do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da venda ilegal de joias recebidas como presente em viagens oficiais.
Segundo entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU), os itens valiosos seriam de propriedade da União. A PF investiga se os itens teriam sido vendidos para incorporar os recursos no patrimônio pessoal do grupo envolvido, incluindo Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e outros do entorno do ex-presidente.
Ontem, Bolsonaro e Michelle também prestaram depoimento à PF, mas optaram pelo silêncio. A defesa do ex-presidente passou a argumentar que os itens poderiam ser vendidos pois seriam “personalíssimo” e a legislação seria confusa sobre o tema.