O vereador Gabriel Azevedo (sem partido) afirmou, na noite desta sexta-feira (1/9), que vai pedir proteção da Polícia Militar para 14 parlamentares da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). De acordo com o também presidente da Casa, os aliados de Azevedo têm sido ameaçados e coagidos desde que o pedido de abertura do processo de cassação foi recebido pelo plenário. A primeira sessão que abriria o processo contra Azevedo foi adiada para segunda-feira (4/9). Na noite desta sexta, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) suspendeu o eventual afastamento do vereador durante o processo.
Durante coletiva de imprensa, o parlamentar acusou dois ex-vereadores cassados nos últimos anos de serem responsáveis pelas coações contra os aliados dele. “Eu quero destacar dois personagens que ligaram para esses vereadores com ameaças. O ex-vereador Wellington Magalhães e o ex-vereador Léo Burguês. Temos aqui as ligações em todos os telefones e mensagens para confirmar”, afirmou o atual presidente da Câmara.
Além disso, o parlamentar alegou que vai pedir ao vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), para apurar uma suposta “ameaça” sofrida pelo advogado do vereador. Azevedo afirmou que seu representante legal foi procurado por um “secretário do governo de Estado” e questionado se esse ficaria “contra ele”.
A reportagem procurou o ex-vereador Léo Burguês, o governo de Minas e o vice-governador, mas até a publicação desta matéria nenhum dos mencionados havia se pronunciado.
'Interferência do Executivo'
Entre as acusações feitas na noite desta sexta-feira, Gabriel Azevedo também afirmou que o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), teria procurado diversos vereadores para “oferecer cargos públicos” e “vantagens financeiras”. Segundo o parlamentar, o motivo da procura teria sido que esses votassem a favor da cassação do presidente da CMBH.
“O senhor prefeito conversou com um empresário ligado ao partido Novo ameaçando este empresário, que se os três vereadores do partido, caso não se posicionassem a favor da Prefeitura, ele iria prejudicar esse empresário. O senhor prefeito está agindo de maneira incompatível com o cargo”, afirmou Gabriel Azevedo.
A reportagem procurou o prefeito Fuad Noman que, via assessoria de imprensa, disse que não vai comentar as acusações.