O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o grande problema envolvendo o caso das joias foi a entrada dos presentes no país de modo ilegal. A declaração de Mauro Cid foi no dia 4 de março, durante uma conversa com o advogado e ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, logo após as primeiras notícias sobre o caso. Os diálogos foram revelados pela colunista Juliana Dal Piva, do UOL.
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Cid sabia que as joias eram de "interesse público"
A coluna também revelou que o tenente-coronel sabia que as joias não eram de propriedade do ex-presidente Jair Bolsonaro. No dia 5 de março, logo após a revelação do escândalo dos presentes, Mauro Cid disse que as joias eram de "interesse público, mesmo que sejam privados".
O ex-ajudante de ordens também tirou fotos da Lei 8.394, e sublinhou o trecho em que a norma descreve que, em caso de venda, a União teria preferência.
Apesar disso, nas mensagens Mauro Cid não menciona o relógio levado no avião presidencial por Jair Bolsonaro para os Estados Unidos, no final de dezembro de 2022, nem que o kit de joia tinha sido colocado à venda.
Nas mensagens, Mauro Cid também não fala sobre recuperar o relógio.