A comissão responsável pelo processo de cassação do vereador Gabriel Azevedo (sem partido), aberto nessa segunda-feira (4/9), terá como relatora a vereadora Professora Marli (PP), que é mãe do secretário da Casa Civil de Minas Gerais, Marcelo Aro (PP). Completam a comissão a presidente Janaina Cardoso (União Brasil) e Iza Lourença (Psol).
Gabriel, que é presidente da Casa, alega que Marcelo Aro estaria pressionando outros representantes do Legislativo municipal para que eles votem pela cassação. Azevedo inclusive solicitou à Corregedoria-Geral de Minas Gerais que investigue Aro e aliados por ameaças a parlamentares e assessores.
Durante a fala da Professora Marli na sessão de hoje, ela defendeu a cassação e afirmou que o atual presidente da Câmara "devia lavar a boca para falar de Aro". Gabriel acusa Aro de costurar com o prefeito Fuad Noman (PSD) o processo da perda de seu mandato.
Já o secretário da Casa Civil argumenta que "o problema do Gabriel é que ele perdeu a confiança de seus pares ao gravar colegas, ao apoiar um assessor seu que falsificou um documento e foi promovido, ele comete abuso de poder e é disso que ele precisa se defender", disse em nota.
O processo, protocolado pela ex-vereadora e atual deputada federal Nely Aquino (Podemos), recebeu o apoio de 26 vereadores – 14 se abstiveram e ninguém votou contra.
No plenário, diversos políticos se queixaram de terem sido "humilhados", do tom "agressivo" e do "autoritarismo" de Gabriel.
"Confio que as três vereadoras não vão seguir nenhum interesse que não seja da Câmara e da cidade", afirmou Gabriel, sobre a comissão que vai analisar o seu processo de cassação.