Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Bolsonarista que matou apoiador de Lula é condenado a 14 anos de prisão

A Justiça de Mato Grosso condenou Rafael Silva de Oliveira, 24, a 14 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado contra Benedito Cardoso dos Santos, 44, durante uma discussão política em Confresa (a 1.180 km de Cuiabá) em setembro do ano passado.





 

Rafael era apoiador do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e Benedito defendia o então candidato e hoje presidente Lula (PT) nas eleições de 2022.

 

Segundo o Ministério Público estadual, os jurados do Tribunal do Júri de Porto Alegre do Norte (a 1.159 km de Cuiabá) acolheram as qualificadoras apresentadas na denúncia e consideraram que o crime ocorreu por motivo fútil, com recurso que dificultou a defesa da vítima e com meio cruel.

 

O julgamento ocorreu no último dia 24 de agosto. Ainda caberá recurso.

 

Segundo a polícia divulgou à época do crime, o condenado matou a facadas Benedito, seu colega de trabalho, depois de uma discussão política na madrugada de 8 de setembro em uma fábrica de cerâmica localizada na zona rural de Confresa, município de 32 mil habitantes.

 

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Ele confessou o assassinato em depoimento, afirmando que a discussão ficou acalorada em dado momento e ambos os envolvidos trocaram socos. A confissão foi um atenuante para redução da pena no julgamento.





 

Segundo disse o delegado Higo Rafael Ferreira de Oliveira no ano passado, após matar Benedito, o autor do crime tentou decapitá-lo com um machado, sem sucesso, e ainda teria filmado o corpo com o celular.

 

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O exame de necropsia da Polícia Civil, na ocasião, concluiu que a vítima morreu com 70 golpes de faca e machado.

 

Na sentença, o juiz Daniel de Sousa Campos disse que as circunstâncias do crime são graves. "Os motivos são desfavoráveis, em razão da futilidade reconhecida pelos jurados."

 

O assassinato no interior de Mato Grosso foi um dos casos de violência que marcaram a campanha eleitoral do ano passado, a partir da polarização entre os dois candidatos.

 

À época, o crime gerou repúdio de Lula e de outros presidenciáveis, como Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil). O petista referiu-se ao caso com termos como ódio, selvageria e intolerância.

 

"É com muita tristeza que soube da notícia do assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, na zona rural de Confresa. A intolerância tirou mais uma vida. O Brasil não merece o ódio que se instaurou nesse país. Meus sentimentos à família e aos amigos de Benedito", escreveu Lula em uma rede social.