Leite também afirmou que, em acordo com o Exército, cancelou os desfiles de 7 de Setembro em todo o estado. Para os desfiles do Dia da Independência, estava previsto o emprego de efetivo e viaturas das forças de segurança. Segundo o governador, 180 militares do Exército estão envolvidos nos trabalhos de apoio à população mais afetada com as enchentes.
Em entrevista à imprensa, ele disse que se trata da "maior tragédia natural que se tem registro no Rio Grande do Sul" e que viu um cenário "desolador" após sobrevoar alguns municípios do Vale do Taquari, na região central do estado.
Na manhã desta quarta, Leite sobrevoou a região junto com representantes do governo federal, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, e o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Ele disse ainda ter recebido um telefonema do presidente Lula (PT).
Segundo o governo do RS, há 18 rodovias com bloqueios totais ou parciais, em função do transbordamento dos rios.
Duas pontes foram destruídas pelas chuvas, uma na ERS-448, entre Farroupilha e Nova Roma do Sul, e a outra na ERS-431, em Bento Gonçalves, no limite com São Valentim do Sul. Também houve queda de cabeceira da ponte sobre o Arroio Passo Novo, na RSC-377, em Cruz Alta.
O Governo do Rio Grande do Sul confirmou nesta quarta mais dez vítimas da enchente. Assim, o total de mortes em decorrência das chuvas que começaram na segunda (4/9) subiu para 31. Outra morte ocorreu em Santa Catarina.
As mortes confirmadas nesta quarta ocorreram em Roca Sales, Lajeado e Estrela. As cidades pertencem ao Vale do Taquari, a região mais afetada pelas fortes chuvas. Com o volume das chuvas, o rio Taquari transbordou e atingiu imóveis e estradas.
As 31 mortes ocorreram nas cidades de Muçum (15), Roca Sales (7), Lajeado (2), Estrela (2), Ibiraiaras (2), Mato Castelhano (1), Passo Fundo (1) e Cruzeiro do Sul (1). Inicialmente, o governador havia dito que seriam oito mortes em Roca Sales, mas a informação foi revisada depois pelas autoridades.
Muçum está totalmente inacessível por terra. Os dois municípios estão sem fornecimento de água e luz e há dificuldade em se comunicar por telefone ou internet.
Conforme a Defesa Civil de Lajeado, 22 corpos aguardam em um caminhão frigorífico no Parque do Imigrante para serem levados até Porto Alegre pelo Instituto-Geral de Perícias. A maior parte deles vindos de Muçum.
Mais três aeronaves devem reforçar o trabalho de resgate de moradores nas regiões mais afetadas. De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, estão sendo aguardadas aeronaves dos governos de Santa Catarina e do Paraná e também do Exército.
O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina informou que mais de 20 bombeiros militares seguem para o estado vizinho, com helicóptero, seis viaturas 4x4 e um caminhão de abastecimento.
O Governo do Paraná também vai mandar uma equipe do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas. Serão dois policiais militares e dois bombeiros militares. A equipe deve chegar às 17h em Lajeado (RS).
No início da noite de terça, o governador do Rio Grande do Sul havia pedido ao governo federal que mais aeronaves pudessem atuar no resgate dos moradores. "A noite chegou, a temperatura caiu e há pessoas aguardando por socorro ao ar livre", escreveu ele, em uma rede social.
Com as casas invadidas pela água, o resgate tem sido feito pelo telhado. Os moradores resgatados estão sendo levados para abrigos organizados pelos municípios.