Um ano depois depois do tumultuado 7 de Setembro que marcou as comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil - em meio à disputa eleitoral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) - movimentos de esquerda e direita se organizam para protestar nesta quinta-feira (7/9), em Belo Horizonte.
Com o lema “Você tem fome e sede de quê?”, o movimento do “Grito dos Excluídos” chega ao 29º ano, espalhado por diferentes cidades do Brasil. Na capital mineira, a concentração está marcada para as 9h, na Praça do Centenário, próximo à estação de metrô Lagoinha. De lá, os participantes seguem para a Ocupação Pátria Livre, na Pedreira Prado Lopes.
“A cada ano, na preparação para o dia de lutas, buscamos aproximar diferentes segmentos progressistas, pastorais sociais, sindicatos, movimentos populares. As pautas do Grito dos Excluídos são o resultado dessa convergência. E, neste ano, o grito tem dado principalidade à defesa do patrimônio e do serviço público e o combate às privatizações”, diz Frederico Santana Rick, do Vicariato para a Ação Social, Política e Ambiental da Arquidiocese de Belo Horizonte
No ano passado, políticos que apoiavam Lula na disputa ao Palácio do Planalto participaram do evento, como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD) - então candidato à reeleição no Senado - além do deputado federal Rogério Correia (PT) e o ex-deputado estadual André Quintão (PT).
Do outro lado, integrantes do movimento “Fora Lula” e apoiadores do ex-presidente Bolsonaro organizam uma manifestação, a partir de 10h, na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. “Nós mandamos fabricar um balão gigante, de dois metros de altura, bem grande, que vai ficar suspenso no nosso trio elétrico aqui em Belo Horizonte, escrito ‘Fora Lula’”, revela o administrador do grupo de WhatsApp do movimento, Cristiano Reis.
De acordo com Reis, além do caminhão de som, será montada uma estrutura com banheiros químicos e apoio da Polícia Militar. Camisas e outros materiais, como cinco mil adesivos, foram financiados pelos integrantes do grupo com 918 membros, que fizeram doações entre R$ 5 e R$ 1 mil.
Em 2022, aliados de Bolsonaro participaram de um ato em apoio ao então presidente, também na Praça da Liberdade, como o senador Carlos Viana (PL) - candidato ao governo do estado à época -, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o deputado estadual Bruno Engler (PL).
Desfile no Centro de BH
Enquanto isso, na avenida Afonso Pena, o governador em exercício, Mateus Simões (Novo), vai acompanhar o tradicional desfile cívico-militar no Centro de Belo Horizonte. A solenidade, prevista para às 9h, é organizada pelo Comando da 4ª Região Militar do Exército Brasileiro em parceria com o governo de Minas e com a prefeitura da capital. O governador Romeu Zema (Novo) está na Itália.
Neste ano, participam 3.800 militares membros do Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Militar, Polícia Civil, Policial Penal, Sistema Socioeducativo, Corpo de Bombeiros, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Guarda Municipal de Belo Horizonte, BHTrans, Colégio Tiradentes e Militar.