A minirreforma ministerial realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo resultado foi anunciado nessa quarta-feira (6/7), não foi complicada apenas pelo fato de precisar mexer com um dos símbolos do esporte brasileiro para acomodar um deputado do Centrão.
A substituição no Ministério dos Portos e Aeroportos, que será ocupado pelo deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), mexeu com Márcio França, um dos caciques do PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin.
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Para quebrar as resistências e baixar a temperatura das irritações de França e do PSB, foi preciso que Alckmin entrasse em campo — e deixar claro que a legenda manteria as três pastas a que tem direito.
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Pessoas próximas ao ministro indicam que o PSB deve negociar com Lula o tamanho e o nome da nova pasta. Os socialistas querem chamá-la de Ministério do Empreendedorismo, Cooperativismo e Economia Criativa.
França ainda deve negociar que a pasta, além do nome, tenha sob seu organograma o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O PSB quer, ainda, que o controle da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) passe para o novo ministério. Espera também que seja criada uma diretoria com microcrédito no Banco Nacional Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Entre os socialistas, tais medidas seriam o mínimo para que fosse superado o mal-estar de ter de encontrar espaço para alojar representantes do Centrão — que até há poucos meses vestiam a camisa do time de Jair Bolsonaro (PL).
Para fontes do PSB não faz sentido que os recém-chegados tenham privilégios — tal como o novo ministro do Esporte, André Fufuca, cuja pasta será turbinada pela secretaria que vai cuidar da arrecadação das apostas esportivas — um incremento orçamentário de R$ 2 bilhões em 2024 —, que estava prevista para compor o Ministério da Fazenda.