O senador Sergio Moro (União-PR) voltou a negar um conluio com o Ministério Público em ações da operação Lava Jato, quando atuava como juiz federal da força-tarefa. Em entrevista para o Programa Pânico, da Jovem Pan, nesta segunda-feira (11/9), o parlamentar afirma que o judiciário tenta agradar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Não teve nenhuma combinação de decisão. Essas mensagens são hackeadas, provas ilícitas. Mas se a gente for analisar a Lava Jato, alguém foi condenado que era inocente? Alguma prova foi fraudada?”, disse o senador.
Indagado se realmente houve uma armação, conforme escreveu o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as provas do acordo de leniência da Odebrecht, Moro rebateu. “Moro se refere às mensagens reveladas pelo caso que ficou conhecido como “Vaza-Jato”, que vazou uma suposta colaboração entre o Juiz e o Ministério Público, principalmente se tratando da relação com o ex-procurador Deltan Dallagnol. Os dois envolvidos não reconhecem o conteúdo das mensagens, justamente por terem sido obtidas de maneira ilícita.
“Não tem nenhuma armação na Lava Jato, nenhuma combinação de sentença. O que existe na verdade é uma narrativa em cima da Lava Jato. O que temos são pessoas que foram acusadas, julgadas. Eu absolvi 30% dos acusados pelo Ministério Público”, emendou.
O senador também afirmou que nunca entrou no mérito das mensagens vazadas entre ele e membros do Ministério Público para não dar margem para anular outros casos. “Não vou entrar nessa armadilha. O fato é: a Petrobras foi roubada? Teve algum inocente condenado? Alguma combinação nos processos? Alguma prova fraudada?”, completou.
Na quarta-feira (6/9), Dias Toffoli categorizou a Lava Jato como um “ovo de serpente” que teria danificado a democracia brasileira. O magistrado ainda afirmou que a prisão de Lula seria o maior erro judiciário da história e tornou todas as provas da Odebrecht imprestáveis em qualquer âmbito.
Em resposta, a Advocacia Geral da União (AGU) afirmou que vai criar uma força-tarefa para processar os envolvidos nas irregularidades da Lava Jato e “tentar reparar” os excessos.