O general Gustavo Henrique Dutra defendeu a atuação do Exército diante dos acontecimentos que culminaram nos atos de vandalismo em 8 de janeiro. O militar afirmou, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os ataques aos prédios dos Três Poderes, que a Força foi proativa e “não houve inércia ou complacência”.
“Não cabia ao Exército fazer qualquer juízo de valor sobre o teor das manifestações ou o controle de legalidade das pautas reivindicadas, sob pena de caracterizar eventual abuso de autoridade”, disse Dutra. “As ações realizadas no SMU foram planejadas para evitar danos de um eventual emprego de tropas”, defendeu o general.
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“Nossas ações estiveram baseadas na observância irrestrita no previsto no decreto que confere às organizações militares o poder de polícia administrativa para atuar apenas nos casos de crime militar, nos demais ilícitos o dever de atuar cabe aos demais órgãos de segurança pública em coordenação com as unidades militares responsáveis pelas servidões militares adjacentes aos quartéis”, destacou Dutra. O general contou que, com base nisso, solicitou à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) que atuasse para evitar que os acampamentos se perpetuassem.
O general revelou uma linha do tempo resumida com ações que teriam sido adotadas pelo Exército desde 15 de novembro de 2022, com objetivo de desmobilizar o acampamento bolsonarista em frente ao Quartel General do Exército, em especial aos manifestantes que estavam na Praça dos Cristais. De acordo com o militar, até 5 de janeiro, praticamente toda a concentração de pessoas no local já havia sido dissipada.
Entretanto, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) mostrou que, nas vésperas de 8 de janeiro, uma grande concentração de bolsonaristas estava a poucos metros do QG do Exército. “O acampamento levou exatamente 69 dias e chegou a ter um pico de 100 mil pessoas Nós temos um acampamento que se concentra a poucos metros do Quartel General e não eram poucas pessoas Toda essa área em torno do QG, a responsabilidade administrativa é das Forças Armadas”, pontuou a relatora.