O blogueiro Wellington Macedo, preso após uma operação conjunta da polícia paraguaia e a Interpol, foi localizado pelos agentes nas proximidades da governadoria do Alto Paraná, extremo leste do Paraguai. De acordo com informações obtidas pela reportagem, o condenado pela tentativa de explodir uma bomba não se rendeu facilmente à polícia. Ele foi apresentado à delegacia com manchas de sangue e lama pela roupa.
Leia Mais
Preso por atentado a bomba em Brasília escreveu carta para BolsonaroNegação da ditadura armou bomba golpista, diz nova presidente da Comissão de AnistiaBolsonarista suspeito de tentar explodir bomba em Brasília se entrega em MTAutores de ameaça de bomba no Aeroporto de Brasília viram réusHelicóptero da Polícia do DF atira bombas de efeito moral nos manifestantesSTF condena segundo réu dos atos golpistas a 14 anos de prisão
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), ele e Alan Diego dos Santos Rodrigues deixaram um artefato explosivo em um caminhão-tanque. Wellington frequentava o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército antes de tentar explodir o aeroporto , e estava hospedado em um hotel no Setor Hoteleiro Norte, em Brasília. Dois dias após o plano dar errado, ele rompeu a tornozeleira eletrônica.
Leia: Bolsonarista da bomba no aeroporto é condenado a 6 anos de prisão
Antes de ser preso nesta quinta, a última informação era de que Wellington estava no Paraguai, e tentou se credenciar para posse do presidente paraguaio Santiago Peña, em Assunção, no mês passado. O pedido foi negado pelo governo paraguaio, após o governo brasileiro ter avisado sobre a possível presença de Wellington.
O blogueiro era procurado pela PCDF no caso da bomba, e pela PF correspondente aos atos de tentativa de invasão à sede da corporação, em 12 de dezembro do ano passado.
Leia: Blogueiro foragido por bomba em aeroporto tentou entrar em evento com Lula
Condenação
Wellington foi condenado no mês passado a seis anos de prisão por envolvimento na tentativa de explosão do aeroporto. Ele transportou em seu carro até o aeroporto o comparsa Alan, que instalou a bomba no caminhão-tanque próximo ao local, na véspera do Natal do ano passado. A trama ainda contou com a participação de George Washington de Sousa, apontado como mentor.
Antes de levar uma vida criminosa, o blogueiro trabalhou no então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, como assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, da ex-ministra e senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Entre os meses de fevereiro e outubro de 2019, período em que trabalhou no ministério, Wellington era responsável por despachar medidas que iam da destinação de verbas para custear viagens de serviço à contratação de uma empresa para transportar "bagagens para todas as regiões dentro do Brasil e transporte de veículo do tipo automóvel e motocicleta dentro do território nacional", como constava no site do ministério.
O ex-assessor acumulou, ao longo dos oito meses no Ministério da Mulher, cerca de R$ 82 mil em salários. Graças ao Portal da Transparência, o Correio Braziliense constatou que Wellington também requereu e recebeu cinco parcelas do auxílio emergencial de R$ 600, em 2020.