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Estado de Minas ELEIÇÕES 2024

Cenário indefinido sobre candidatura de Fuad e apoio de Zema

A menos de um ano do início da campanha eleitoral para a Prefeitura de BH, pré-candidatos já se apresentam, mas há incógnitas sobre os dois chefes de Executivo


18/09/2023 04:00 - atualizado 18/09/2023 07:58
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Fuad Noman
Candidato natural pelo cargo que ocupa, Fuad se esquiva de confirmar se vai disputar mais um mandato (foto: Divulgação)

Faltando menos de um ano para o início da campanha para a Prefeitura de Belo Horizonte, o cenário é de indefinição e muitas incógnitas, envolvendo personagens importantes da disputa: o prefeito Fuad Noman (PSD) e o governador Romeu Zema (Novo). Candidato natural pelo cargo que ocupa, Fuad se esquiva de confirmar se vai disputar mais um mandato, sob alegação de que “quem pensa em reeleição, não governa” e deve aguardar até o fim deste ano para decidir, já que a pré-campanha, de acordo com as regras da Justiça Eleitoral, pode começar a ser feita em janeiro.

Um dos desafios do atual prefeito, que assumiu o cargo, em abril do ano passado, no lugar de Alexandre Kalil (PSD), que deixou a prefeitura para disputar o governo de Minas, apoiado pelo PT, mas foi derrotado por Zema, é se tornar conhecido e conseguir transformar a boa avaliação de sua administração em votos. De acordo com o Instituto Veritá, a administração de Fuad tem aprovação de 61,5%, o que coloca o prefeito no ranking dos mais bem avaliados chefes de Executivo no país. No entanto, segundo levantamento da Opus/EM divulgado em maio deste ano, ele seguia desconhecido por 80% da população

Aliados e defensores da candidatura de Fuad apostam ainda nos investimentos que serão feitos em obras estruturais com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, no Anel Rodoviário e avenidas adjacentes, para alavancar sua popularidade e o torná-lo mais conhecido. Um petista ouvido pela reportagem garante que Fuad será candidato e reeleito e que pode ter o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda no primeiro turno, apesar de o PT de Belo Horizonte já ter lançado o deputado federal Rogério Correia como pré-candidato à sucessão na capital.

A candidatura está posta e já vem sendo trabalhada, mas a palavra final é do presidente Lula e pode ser definida em funções de composições em outras capitais e até mesmo de olho na sucessão estadual, que acontece em 2025. O PSD de Fuad, mesmo partido dos mineiros Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Alexandre Silveira, ministro das Minas e Energia, é hoje um dos principais aliados de Lula e tem interesse em disputar o governo do Estado nas próximas eleições.

Um dos mais importantes cabos eleitorais no estado, o governador Zema ainda não deu mostras de quem pode apoiar, apesar de estar muito próximo do secretário de Governo, Marcelo Aro (PP), tido como pré-candidato. Aro é hoje um dos secretários mais próximos do governador e tem estado junto de Zema em viagens internacionais, visitas à Brasília e até mesmo comendo sanduíche de rede fast food com o chefe do Executivo mineiro, que estaria “encantado” com o jovem político, cujo nome aparece na lista de postulantes à cadeira de prefeito, apesar de ter afirmado em entrevista recente ao Estado de Minas que “provavelmente” não deva se candidatar.

O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), chegou a ter seu nome ventilado como possível candidato de Zema, principalmente devido à sua proximidade com o vice-governador Mateus Simões (Novo), de quem é amigo, foi aluno e colega de vereança, mas a confusão instalada no Legislativo municipal pode mudar o rumo político.

Azevedo é alvo de um pedido de cassação de mandato, outro de destituição do comando da CMBH e, desde sexta-feira, de uma investigação criminal aberta pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O motivo são acusações de abuso de poder e autoridade, que o vereador nega.
Zema também pode apoiar o provável candidato de Jair Bolsonaro (PL) na capital, o deputado estadual Bruno Engler (PL), mas aliados avaliam como remota essa possibilidade, pois o parlamentar andou votando contra o governo e fazendo críticas à sua gestão. O governador pode apoiar o jornalista Eduardo Costa (Cidadania), cujo nome chegou a ser anunciado como seu candidato a vice em sua candidatura à reeleição, antes de o Novo optar por chapa pura. Para onde o governador vai é uma incógnita. Na eleição municipal anterior, definida em primeiro turno, com a reeleição de Alexandre Kalil (PSD), outro importante cabo eleitoral na capital, foram 15 candidatos. Hoje também são cotados como pré-candidatos o senador Carlos Viana (Pode), a deputada federal Duda Salabert (PDT), o ex-deputado estadual João Leite (PSDB), o deputado federal Pedro Aihara (Patriota) e a deputada estadual Bella Gonçalves,

Tensão na Câmara

A semana promete seguir tensa na Câmara Municipal, que analisa desde o dia 5 o pedido de cassação do presidente, Gabriel Azevedo (sem partido). A comissão processante instalada para analisar a perda do mandato, formado pelas vereadoras Janaína Cardoso (União Brasil), Professora Marli (PP) e Iza Lourenço (Psol), tem até quinta-feira para decidir se aceita ou arquiva a denúncia contra Azevedo, que apresentou sua defesa no dia 14.
 
O parecer  deve ser apreciado pelo plenário. Essa semana também será de definição sobre o rito da tramitação de outro pedido: o de afastamento de Azevedo do comando da CMBH. Essa decisão vai ser tomada pela Mesa Diretora, da qual Azevedo faz parte, e foi convocada para hoje. Falta definir o o relator da denúncia ele.
 


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