Nova York (EUA) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mal desembarcou em Nova York e está sendo bastante solicitado para encontros bilaterais, marcando a volta do interesse dos estrangeiros pelo Brasil. A agenda não está totalmente fechada para a semana do chefe do Executivo nos Estados Unidos. Foram nada menos do que 60 pedidos, sendo 50 de chefes de Estado e de governo e 10 de representantes de organismos multilaterais.
Lula chegou à cidade por volta das 22h do sábado, no horário local (23h em Brasília), vindo de Cuba, onde participou da cúpula dos líderes do grupo de países em desenvolvimento e China (G77 + China). Ontem, ele não saiu do hotel durante o dia devido à cirurgia de quadril que ele fará no fim deste mês.
O primeiro compromisso previsto nos Estados Unidos foi um encontro de pouco mais de três horas com empresários e executivos na noite de ontem. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi um dos poucos ministros da comitiva que participou da reunião de Lula com empresários e representantes de grandes fundos de investimento, como Blackrock, acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
Lá também estavam ainda os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na sequência, o mandatário participou de um jantar promovido pela Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), na filial norte-americana do badalado restaurante paulista Fasano. Amanhã, o presidente brasileiro fará o discurso de abertura da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O petista chegou a Nova York acompanhado de vários ministros, oito na comitiva oficial e cinco avulsos. Os encontros bilaterais começam hoje e a maioria dessas reuniões deve ocorrer no Lotte Palace Hotel, onde o presidente está hospedado.
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Joe Biden
Outro destaque da agenda de Lula é o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na quarta-feira, quando será lançada a americano lançam a “Iniciativa Global Lula-Biden para o Avanço dos Direitos Trabalhistas na Economia do Século XXI”, no âmbito da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Biden sugeriu esse movimento, prontamente aceito por Lula, conforme contou o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, numa rápida conversa no lobby do hotel onde a comitiva brasileira está hospedada. “É preciso fortalecer a representação do trabalho para fazer frente ao que vemos hoje no mundo. Quanto mais forte é o mercado, mais forte tem que ser o contrapeso e quem pode colocar esse contrapeso é o estado”, avaliou.
O ministro Luiz Marinho, representantes das centrais sindicais brasileiras e o assessor internacional de Lula, o ex-ministro Celso Amorim, estão animados com o encontro de Biden e Lula. “Será, sem dúvida, o ponto alto desta visita”, disse Amorim. A avaliação de parte da comitiva sobre os discursos de Lula nas assembleias da ONU é que este será o nono, com gosto de retorno, depois de mais de 500 dias preso.
“Obviamente, é importante. Porém, uma iniciativa entre a maior potência capitalista do mundo e o Brasil para tratar das questões relativas ao emprego, é a primeira vez. Daí, a sua importância. ”Vivemos uma precarização e fragilização geral do mercado de trabalho”, afirmou Marinho ao Correio Braziliense/Estado de Minas, em Nova York.
Em paralelo aos encontros de Lula, Haddad tem a missão de atrair investidores para os “títulos verdes (green bounds)” que o Brasil pretende lançar num futuro próximo. Ontem, antes da reunião-jantar com CEOs de grandes fundos de investimentos no Fasano, Haddad se reuniu com o assessor especial da Fazenda Rafael Dubeux, que fez um “road show” para saber do interesse desses títulos para atração de capital.
“Rafael fez 36 reuniões, com cerca de 60 fundos de investimentos, falando das condições especialíssimas brasileiras em relação ao tema da sustentabilidade. Falou de macroeconomia, dos indicadores macroeconômicos, crescimento, marco fiscal, reforma tributária, uma série de coisas que melhoram o ambiente de negócios no Brasil e dão sustentabilidade fiscal de médio e longo prazo”, afirmou o ministro. (Colaborou Aline Brito)
Convite a Zelensky
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para um encontro bilateral durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. A informação é do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que integra brasileira. Segundo ele, o Itamaraty ofereceu a Zelensky duas possibilidades de agenda: hoje ou amanhã. O governo ucraniano ainda não deu resposta.
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Os dois nunca se reuniram a sós presencialmente, apenas chegaram a conversar por telefone em março. Quando esteve na Europa no primeiro semestre, Lula causou mal-estar ao também culpar a Ucrânia pela guerra com a Rússia.