A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro ouve, hoje, o blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza, de 47 anos, preso dia 14 no Paraguai. Ele estava foragido da Justiça brasileira depois de ter sido condenado por planejar explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília, em dezembro do ano passado. Ele foi assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Wellington ficou conhecido por disseminar mentiras e desinformações nas redes sociais, o que rendeu mais de 50 processos por danos morais. O bolsonarista foi convocado a pedido da relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), do senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e dos deputados Rogério Correia (PT-MG), Duarte Jr. (PSB-MA) e Duda Salabert (PDT-MG).
A expectativa dos parlamentares é que Wellington dê novas informações sobre as ações que acarretaram a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro.
"Esperamos que ele forneça novas informações, já que não falou em nenhum outro lugar, como na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal", salientou o deputado Rogério Correia, que não acredita que Wellington atribua responsabilidade a alguma figura importante pelo ato de terrorismo que tentou perpetrar com outros dois comparsas — George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, que estão presos — às vésperas do Natal do ano passado.
A presença de Wellington ameniza o mal-estar causado por decisões monocráticas de ministros dos Supremo Tribunal Federal (STF), que impediram que depoentes convocações comparecessem. Foi o caso de Osmar Crivelatti, ex-assessor de Bolsonaro, e de Marília Ferreira de Alencar, ex-subsecretária de Inteligência do DF e auxiliar direta do ex-secretário de Segurança Anderson Torres.
Por conta dessas decisões, o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), chegou a agenda uma reunião com a presidente do STF, ministra Rosa Weber, para tratar daquilo que os integrantes do colegiado consideram interferência do Judiciário. Mas desistiu diante do fato de que a Advocacia do Senado já está cuidando do assunto.