Cotado para ser indicado pela presidente Lula (PT) para o STF (Supremo Tribunal Federal) na vaga a ser deixada por Rosa Weber, o ministro da Justiça Flávio Dino defendeu a instituição de mandato de 11 anos para membros da Corte.
Flávio Dino defendeu a criação de mandatos para ministros do Supremo como uma forma de "moderação do sistema" e para evitar que eventuais "ministros desastrosos" passem décadas na Corte máxima do Brasil. O ministro abordou o assunto em entrevista ao podcast Reconversa, do jornalista Reinaldo Azevedo.
Dino falou sobre a necessidade de estipular mandatos para ministros do STF ao ser questionado sobre as formas de indicações para tribunais superiores e o modelo de nomeações dos magistrados.
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"Em razão das mudanças sociais e se eventualmente uma escolha for errada, ela tem tempo mais curto para acabar, porque senão às vezes acontece de haver uma escolha desastrosa de um certo presidente, por exemplo, e essa pessoa ficar 30, 40 anos errando. Então eu acho que o mandato seria uma contenção, uma moderação desse sistema que ajudaria", disse o ministro.
NOVO MINISTRO
O presidente Lula descartou nesta segunda-feira (25) que gênero e raça serão critérios para a indicação do próximo ministro do STF e disse não ter "angústia" para divulgar o novo nome.
Pressionado por apoiadores a indicar uma mulher negra para a vaga de Rosa Weber, o petista afirmou já ter "várias pessoas na mira", mas que não precisava ser questionado sobre raça ou gênero da próxima pessoa a ocupar a Corte.
"O critério não será mais esse . Eu estou muito tranquilo, por isso que eu estou dizendo que eu vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil, uma pessoa que possa servir o Brasil. Uma pessoa que tenha respeito com a sociedade brasileira", afirma Dino.
Como fez com a indicação de Cristiano Zanin, no meio do ano, Lula diz ouvir muitas pessoas, mas recusa pressão. Caso se confirme a indicação de um homem no lugar de Rosa, a ministra Cármen Lúcia passará a ser a única mulher entre os 11 ministros.
Oficialmente, o governo diz que não está nada fechado, mas os questionamentos têm trazido desconforto à cúpula do governo. O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) reforça que a escolha é uma "prerrogativa do presidente", enquanto é lembrado que a opção por um homem contradiz o discurso sobre diversidade que Lula prega com frequência desde a campanha.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, e o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas —dois homens brancos—, estão entre os favoritos. O nome do ministro da Justiça, Flávio Dino, também é cotado, embora o próprio negue.