O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro (PL), comparou o tenente-coronel Mauro Cid ao funcionário do Senado que serve café na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. O militar foi questionado, durante sessão desta terça-feira (26/9), sobre a presença do ex-ajudante de ordens nas reuniões de Bolsonaro com a cúpula das Forças Armadas.
Heleno, que se considera bastante amigo de Cid, foi perguntado pelo senador Fabiano Contarato (PT) se o tenente-coronel havia mentido na delação premiada em que revelou que Bolsonaro levou um plano golpista para os comandantes militares. Heleno, no entanto, nega que conheça o material da delação.
O general ainda afirma que Cid participava das reuniões a pedido de Bolsonaro, não por iniciativa própria. “É a mesma coisa que esse rapaz que serve café para nós, pacientemente, ele não é participante da reunião”, disse.
Contarato ainda cita o código penal para dizer que mesmo não sendo participante, Cid seria uma testemunha de crimes. “Essa é a qualidade de uma pessoa na obtenção de provas. Seja uma prova de natureza objetiva, técnicas, mas nós estamos aqui falando de uma prova de natureza subjetiva que é testemunha”, explica o senador.
Momentos antes, Heleno também havia dito que Cid não participava das reuniões por ser apenas um ajudante de ordens. Porém, fotos do próprio governo mostram Cid atrás de Bolsonaro durante alguns encontros com os comandantes das Forças.
“Não existe essa figura do ajudante de ordens sentar numa reunião dos comandantes de Força e participar da reunião. Isso é fantasia. É a mesma coisa essa delação premiada, ou não premiada, do Mauro Cid. Tão apresentando trechos dessa delação e me estranha muito, porque a delação está ainda sigilosa, ninguém sabe o que o Cid falou", exclamou Heleno.