Jornal Estado de Minas

EX-PRESIDENTE

Doações via pix a Bolsonaro renderam R$ 20 mil em três dias

Um extrato bancário entregue à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro indica que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve lucro de R$ 20 mil em três dias com investimentos que fez no Banco do Brasil após receber doações via pix de apoiadores





De acordo com o documento, obtido pelo g1, o ex-presidente investiu R$ 16 milhões por meio do certificado de depósito bancário (CDB) entre 27 e 30 de junho de 2023, dias depois da campanha de arrecadação feita por apoiadores.

O objetivo da 'vaquinha' era para que Bolsonaro pudesse pagar as multas recebidas pelo ex-presidente durante a pandemia da COVID-19. O extrato não informa se o valor foi resgatado, mas indica que, entre 2020 e 2023, Jair Bolsonaro nunca utilizou esta conta, até aplicar os R$ 16 milhões. 
O advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten afirmou que o dinheiro foi aplicado "para não ficar parado" e ressaltou que o dinheiro arrecadado via pix foi usado para pagar custos judiciais.




Doações

De acordo com um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), só entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho o ex-presidente da República recebeu mais de 769 mil transações via Pix, que totalizaram R$ 17.196.005,80. O montante corresponde a quase todo o valor movimentado por Bolsonaro no período, de R$ 18.498.532.

 

O Coaf afirmou que as transações "atípicas" poderiam ter relação com a campanha de doações organizada em junho para o pagamento de multas e já havia revelado que o ex-presidente tinha aplicado R$ 17 milhões em renda fixa.