Em conversa com líderes, o presidente da Câmara, Arthur Lira, tem reclamado da falta de relatórios das CPIs. Duas terminaram seus prazos sem votar relatórios: a CPI do MST e das apostas esportivas. A avaliação é a de que a imagem da Casa fica desgastada com esses episódios. A CPI do MST foi comparada a um ringue entre governo e oposição. A das apostas esportivas terminou com a notícia publicada pela revista “Veja”, de uma suposta cobrança de propina por parte do relator, deputado Felipe Carreras (PSB-PE). Carreras nega e seus aliados consideram que essas denúncias tiveram o intuito de desgastar o grupo ligado ao presidente da Câmara.
l Pode anotar: Diante do fiasco dessas duas CPIs inconclusas, os líderes vão pensar duas vezes antes de dar sinal verde a novas CPIs na Casa. E assim está cada vez mais distante o tempo em que as CPIs descobriam os problemas, leia-se a dos anões do Orçamento e a das contas fantasmas do esquema PC Farias, que investigou desvios na campanha e no governo de Fernando Collor de Mello.
Depois da reunião... Depois da reunião ministerial da última quinta-feira na casa de um assessor palaciano, os 13 ministros indicados por partidos políticos (ou parte de suas respectivas legendas) terão o desafio de angariar votos para aprovar, especialmente, o projeto de lei da cobrança de tributação de aplicações financeiras mantidas no exterior, por meio das offshores, que será acoplado ao projeto de lei que acaba com a dedução de juros sobre o capital próprio, JCP. A tendência é o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) relatar as duas propostas num só texto.
Equação difícil Ainda falta um ano para as eleições municipais, mas o calendário eleitoral ameaça atrapalhar os planos do governo. A tendência é a de que, daqui para frente, os parlamentares fiquem mais resistentes à aprovação de qualquer proposta que possa irritar o eleitorado.
Todo o cuidado é pouco Esse novo modelo do Senado, que na última semana aprovou a toque
de caixa o novo marco temporal para demarcação de terras indígenas, vai se consolidar daqui para frente.
Há quem aposte inclusive que o governo terá dificuldades com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O parlamentar não deixará de lado nenhum projeto que seja importante para o país, mas não pretende
colocar para votar nada que possa irritar o eleitor de Minas Gerais.
Uma saia justa para o PT A avaliação de muitos é a de que se os petistas forem com muita sede ao pote eleitoral, dando cotoveladas nos aliados de centro nas principais capitais, correm o risco de perder apoio no Parlamento. Só tem um probleminha, na visão de alguns petistas: Partido político tem que disputar eleições. Ainda mais no quadro atual, no qual não há coligação para as eleições proporcionais.
Sem perdão Se tem algo que não vai mudar nessa troca de comando no Supremo Tribunal Federal é a vontade de punir todos os responsáveis pelos atos de 8 de janeiro. Civis e militares.