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Estado de Minas ATOS GOLPISTAS

Diretor da Abin: 'Sistema de inteligência estava 'caótico' no 8/1'

Para o diretor-central da Abin, Luiz Fernando Corrêa, as informações sobre o risco de ataques estavam claras, mas o funcionamento do sistema de inteligência era caótico


02/10/2023 15:05 - atualizado 02/10/2023 15:05
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Luiz Fernando Corrêa
Diretor afirma que Abin estuda o movimento extremista para ajudar na criação de políticas públicas (foto: Leonor Calasans/IEA-USP)
O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, disse ter encontrado um sistema de inteligência "caótico" ao assumir o cargo, após os ataques de 8 de janeiro, em Brasília. Em sua avaliação, o cenário foi causado por uma negligência de todos os governos pós-democratização com a área da inteligência.

 

Corrêa assumiu o posto em 17 de janeiro, com a premissa de reorganizar a agência. De acordo com o diretor, a Abin está estudando o movimento extremista no início do ano para auxiliar a criação de políticas públicas, visando reduzir a chance de que atos do tipo se repitam no futuro.

 

"O sistema estava caótico. Não tinha uma lógica, um funcionamento adequado. É um sistema como um todo, e nós vamos atribuir total responsabilidade à Abin, porque era o órgão central?", respondeu o diretor em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta segunda-feira (2/10), após ser questionado sobre a falha da agência na prevenção dos ataques.

 

Em sua avaliação, todos os governos após a redemocratização negligenciaram a inteligência. "Isso aconteceu por razões óbvias: a desconfiança de que o serviço servia só para vigiar pessoas, contrariava interesses do Estado, uma questão cultural", pontuou.

 

Questionado sobre as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros integrantes do governo de que não teriam sido avisados pela inteligência do risco dos ataques, Corrêa ressaltou que assumiu o cargo apenas na semana seguinte aos atos, e que isso está sendo apurado.

 

"As informações estavam claras, mas o funcionamento era caótico. Não vou tornar público meu diagnóstico. Vou fazer as correções.

Desenhamos a solução, foi discutida e houve anuência do presidente. Agora, temos um projeto para botar isso para funcionar", explicou o diretor.

 


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