Corrêa assumiu o posto em 17 de janeiro, com a premissa de reorganizar a agência. De acordo com o diretor, a Abin está estudando o movimento extremista no início do ano para auxiliar a criação de políticas públicas, visando reduzir a chance de que atos do tipo se repitam no futuro.
"O sistema estava caótico. Não tinha uma lógica, um funcionamento adequado. É um sistema como um todo, e nós vamos atribuir total responsabilidade à Abin, porque era o órgão central?", respondeu o diretor em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta segunda-feira (2/10), após ser questionado sobre a falha da agência na prevenção dos ataques.
Em sua avaliação, todos os governos após a redemocratização negligenciaram a inteligência. "Isso aconteceu por razões óbvias: a desconfiança de que o serviço servia só para vigiar pessoas, contrariava interesses do Estado, uma questão cultural", pontuou.
Questionado sobre as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros integrantes do governo de que não teriam sido avisados pela inteligência do risco dos ataques, Corrêa ressaltou que assumiu o cargo apenas na semana seguinte aos atos, e que isso está sendo apurado.
"As informações estavam claras, mas o funcionamento era caótico. Não vou tornar público meu diagnóstico. Vou fazer as correções.
Desenhamos a solução, foi discutida e houve anuência do presidente. Agora, temos um projeto para botar isso para funcionar", explicou o diretor.