Jornal Estado de Minas

VIOLÊNCIA

Sâmia recebeu ameaças de morte contra a família antes da morte do irmão

A deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP), que teve o irmão assassinado na madrugada desta quinta-feira (5/10) , havia dito, em julho, que recebia e-mails com ameaças de morte contra a família, inclusive com “requintes de crueldade”.





Diego Bomfim, irmão de Sâmia, foi assassinado em um ataque de 20 segundos de duração, quando três homens saltaram de um carro e dispararam mais de 20 vezes contra ele e outros três amigos ortopedistas . O grupo de médicos estava em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

"São e-mails com ofensas horrorosas dizendo que vão me matar e matar minha família com requintes de crueldade. Dá para investigar, mas depende de vontade política que nunca teve e agora tem".

A declaração foi feita ao videocast Desculpa alguma coisa , da Universa e apresentado por Tati Bernardi, em 6 de julho. Ela disse, também, que as ameaças a atingem “num lugar que não é racional, mas tento racionalizar”.

“A gente fica com o medo, mas o medo é a arma de quem me ameaça, é o instrumento”, declarou. Na ocasião, ela também comentou que a execução de Marielle Franco, em março de 2018, mudou a forma dela viver, mesmo as duas não sendo próximas.

“Eu era vereadora em São Paulo, tinha 28 anos. Foi um recado, ninguém esperava. Eu não era amiga, não era próxima dela. A gente era colega de partido e se encontrava, mas entendi que era pelo papel que ela tinha, deu medo”, lembrou.





Depois do assassinato da vereadora, Sâmia contou que começou a pena mais na segurança, mesmo morando em um estado diferente de Marielle — Sâmia estava, à época, em São Paulo.

Entenda o caso

Três médicos ortopedistas foram mortos a tiros em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira (5/10). Entre as vítimas está o irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP), o especialista em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Diego Ralf Bomfim.

Um quatro médico também foi atingido com três tiros, mas sobreviveu e está em internado. Ao todo, foram disparados cerca de 20 tiros contra os médicos.

De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), "a perícia foi realizada no local, testemunhas estão sendo ouvidas e imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas".

"Diligências estão em andamento para apurar a autoria e a motivação do crime", diz a nota enviada ao Correio.

Os médicos eram todos de São Paulo e estavam no Rio de Janeiro para participar de um congresso de ortopedia.

A Polícia Civil do estado suspeita da possibilidade de execução, pois nenhum pertence deles foram levados e os criminosos só chegaram disparando tiros no local em que os ortopedistas estavam.

Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver que um dos homens armados voltam rapidamente ao quiosque antes de fugir para se certificar de que todos foram atingidos.