O major do Exército José Eduardo Natale, ex-integrante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Palácio do Planalto, reiterou que é alvo de narrativas falsas. Para comprovar, pediu que fosse exibido um vídeo, durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, no qual manifestantes distribuem água entre si. Natale foi flagrado dentro do Planalto no dia 8 de janeiro enquanto distribuía água aos invasores.
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“Observe que, em nenhum momento, eu distribuo água para os manifestantes. Eles me cercam, chegam a checar o meu nome, perguntam minha função e saem”, completou.
O major detalhou que entrou pelo Planalto por uma janela quebrada e passou pelo térreo e pelo gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O militar contou que um dos manifestantes, bastante agitado após ter quebrado a porta de vidro do mezanino, questionou onde ficaria o gabinete de Lula. Natale afirmou que enganou o invasor, dizendo que seria no andar debaixo — que, na verdade, seria de encontro com policiais militares.
“Após pegar uma garrafa, o mais exaltado me pergunta se ali seria o gabinete do presidente. Eu faço o sinal com a mão, respondendo que não, e que ali seriam apenas salas cerimoniais, e que a sala presidencial ficaria no piso abaixo, dissimulando a real proximidade com o gabinete presidencial”, explica. “Ele, então, chama outros manifestantes, sai, logo após descer as escadas, abandonando a região do gabinete”, completou o major.
Quem é o major
José Eduardo era o coordenador de Segurança das Instalações Presidenciais de Serviço do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no dia dos ataques. Ele também já integrou a equipe de viagens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos). No 8 de janeiro, estava no Planalto.
O militar é formado na Academia Militar de Agulhas Negras e foi nomeado para um posto no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em 2020, durante a gestão do ex-ministro general Augusto Heleno, e afastado do cargo dias após os atos terroristas pela administração de G. Dias — exonerado por também aparecer em gravações interagindo com os bolsonaristas.