O desembargador Georgenor de Sousa Franco Filho, presidente da 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 8º Região, que disse durante um julgamento “gravidez não é doença, adquire-se por gosto”, veio a público pedir desculpas.
Leia Mais
Desembargadores são investigados por esquema de venda de decisõesEx-desembargador é aplaudido por pedir prisão de Moraes em sessão no SenadoDesembargadores do PR falam sobre mulheres em live: 'A loura é do Xisto'Presidente de comissão chama Dino de 'despreparado' e 'arrogante'Lula pede 'intervenção humanitária' no conflito entre Israel e HamasDeputada estadual Lohanna volta a receber ameaças de estupro
O caso aconteceu na terça-feira (10/10), quando, durante um julgamento da Justiça do Trabalho em Belém (PA), o desembargador disse a frase em referência a uma colega de profissão que teve que se ausentar para dar à luz.
A advogada Suzane Odane teve o bebê em 6 de outubro e está hospitalizada desde então. A profissional havia solicitado adiamento do julgamento do processo, que tramita sob sua condução, pois o parto estava programado para essa terça.
Leia o pedido de desculpas na íntegra
“Na data de hoje, 10 de outubro, fui surpreendido, após o final da Sessão da 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, a qual presido, com a repercussão na imprensa e redes sociais sobre intervenção minha em processo que foi a julgamento, cuja advogada havia pedido adiamento em razão de seu estado gravídico.
Revendo novamente a filmagem, verifiquei que minha manifestação foi profundamente indelicada e infeliz, e gostaria de oferecer minhas mais sinceras desculpas não somente à Dra. Suzane Odane Teixeira Guimarães, mas a todas as Sras. Advogadas que tenham se sentido ofendidas com minhas palavras.
Prosseguiu-se o julgamento que seria (como foi) favorável à ilustre advogada. Limitei-me a partir de então a proclamar o resultado do julgamento, favorável aos interesses patrocinados pela D. Advogada.
Em mais de quarenta anos de magistratura e com a dedicação de outros mais de quarenta anos também ao magistério superior, impossível não cometer erros, mas imprescindível reconhecê-los para podermos seguir a eterna estrada do aprendizado.
Até mesmo em respeito às mulheres de minha vida (minha falecida mãe, minha mulher, minha filha, minha nora e minha neta), lamento profunda e sinceramente pelo ocorrido e reitero meu respeito a todas as mulheres profissionais que não medem esforços a cumprir com a difícil missão de observarem suas jornadas múltiplas.
Quem me conhece minimamente sabe que sou fervoroso e permanente defensor da mulher e seus direitos. Reitero-me firmemente minhas desculpas a Dra. Suzane Odane Teixeira Guimarães.
Cumprimento a todos os leitores deste pedido de desculpas”.