Três personalidades do mundo jurídico mineiro reafirmaram o caráter humanitário de suas formações profissionais por meio de citações literárias. Os autores nominados são de primeira linha. Cultura não ofende, embora todos tenhamos nossos inimigos íntimos. Homenageada na obra “Repensar a Justiça”, a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ, Assusete Magalhães, com quase 40 anos de Judiciário, cita em profusão as reflexões do enigmático itinerário de Guimarães Rosa pelas veredas do imaginário. Como rito de passagem, não poupa elogios ao escritor fluminense e católico Alceu de Amoroso Lima, no clássico “Voz de Minas”.
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Bolsonaristas promovem boicote à Lacta por patrocinar Felipe NetoMorre influenciadora bolsonarista Karol Eller, aos 36 anos8 de janeiro: Moraes vota para condenar mais oito réusO desembargador do TJMG Rogério Medeiros também apaixonado pelas letras, novo membro do Instituto Histórico e Geográfico de MG, vê como positiva a interação entre literatura e o Direito. Magistrados e juristas não trabalham com ciências exatas, explicou. Ciência e sensibilidade são receita para justa solução. Admirador de García Lorca, Ortega y Gasset e Vargas Llosa, Medeiros delicia-se com “Antes que anoiteça”, de Reinaldo Arenas, e “Viver para contar”, de Gabriel García Márquez. Sua recente criação literária está no prelo: “Redes sociais em prosa e verso”. Na sua opinião, os robôs podem auxiliar juízes em despachos e simples decisões repetitivas, mas não os substituirão em decisões complexas no contexto cultural, social, político, etc.
SEM PAIXÃO
A sociedade anônima no futebol (SAF) tem semelhança com vários partidos (SAP - sociedade anônima partidária). Os torcedores vibram com atividade de cunho comercial futebolística, encabeçada por ex-jogadores e empresários. Os eleitores devoram sopas de letrinhas compromissadas com recursos públicos e resultados eleitorais sem quaisquer projetos programático e ideológico. À frente, empreendedores sem mandato. Há exceções, claro.PLENITUDE
A votação para a escolha dos novos conselheiros tutelares em BH, embora anulada, registrou número impressionante de pessoas com idade avançada. Na fila prioritária, munidos de telefone celular, todos acionavam as redes sociais. Certos segmentos da sociedade brasileira, que antes desdenhavam da própria existência, agora exercem-na plena de cidadania. Pragmático, o eleitor aprendeu a mover montanha sob o jugo do medo ou desejo de mudança.LIÇÃO
Em palestra na Biblioteca Pública, o filósofo francês Jean-Pierre Dupuy, especialista em ciência política, pregou uma peça na plateia. Ao falar sobre o tema “A mecanização da mente”, disse que tudo dito e escrito, ao contrário das anotações do Jogo do Bicho, eram “mentira”, porque da autoria de outrem. Nem a língua portuguesa dominava, confidenciou. “Essa apresentação foi feita pela Inteligência Artificial, justificou para atônitos bestializados. Quando tudo chega ao fim pode comemorar que o início está próximo, diria José Aparecido de Oliveira.INFLUENCIADORAS
A concorrência entre as telas (cinema, televisão, computador e celular) e a mídia impressa carrega um caráter de deslealdade óbvia. Por um lado, o apelo visual, a comodidade e a linguagem direta. Já a leitura é ato de desprendimento: reivindica disciplina, atenção extremada, imaginação e disposição para embrenhar-se no universo do outro. Os livros conquistam corações e mentes daqueles que creem ser a professora primária a mais importante influenciadora de suas vidas, posto que esta ensinou a várias gerações uma intimidade com a tabuada e o alfabeto.