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Estado de Minas TSE

Procuradoria pede que Bolsonaro fique inelegível por fazer campanha no 7/9

Para o vice-procurador-geral eleitoral, ex-presidente "preenche todos os pressupostos para a aplicação da pena de inelegibilidade" em decorrência do evento


15/10/2023 16:59 - atualizado 15/10/2023 17:00
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Bolsonaro em sete de setembro de 2022
Ações alegam que o ex-presidente se aproveitou das cerimônias oficiais para fazer campanha pela reeleição (foto: EVARISTO SA / AFP)

 

A Procuradoria-Geral Eleitoral se manifestou neste domingo (15/10) a favor da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por, segundo o órgão, ter usado as comemorações do bicentenário da Independência, no ano passado, para fazer campanha eleitoral com uso de dinheiro público.

 

O órgão protocolou a sua manifestação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em ações apresentadas pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que concorreu à Presidência, e pelo PDT que afirmam que o ex-presidente se aproveitou das cerimônias oficiais da data, em Brasília e no Rio de Janeiro, para promover a sua tentativa à reeleição.

Com isso, diz a senadora, ele cometeu abuso de poder político e de poder econômico. Ela argumentou que houve um incremento substancial de recursos que normalmente são designados para as festividades do Sete de Setembro e que os eventos oficiais foram situados próximos de comícios do então candidato à reeleição.


Para o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, Bolsonaro "preenche todos os pressupostos para a aplicação da pena de inelegibilidade" em decorrência do evento.

"Efetivamente, a prova dos autos revela uma intencional hibridação dos eventos oficiais, custeados e organizados pelo Governo Federal, com os atos de campanha do candidato à reeleição", disse Gonet em sua manifestação.

 

"A confusão serviu ao intuito de promover a reeleição por que se batia o candidato, desde sempre identificado com os valores militares e do patriotismo. As festividades oficiais do dia 7 de setembro, em que tradicionalmente se enaltecem precisamente essas qualidades, sem dúvida que poderiam contar com a presença do Chefe de Estado", acrescentou.


"Não lhe era dado, entretanto, transformá-las em momento de campanha eleitoral, com exploração de investimentos de recursos do erário, de pessoal e de bens públicos."


No processo, a defesa de Bolsonaro argumentou que não houve uso ilegal, com fim eleitoral, das comemorações de Sete de Setembro.


Segundo o advogado de Bolsonaro, Tarcísio Vieira, as comemorações do evento cívico ocorreram "de forma naturalmente aberta e institucional, com a presença de autoridades e convidados no palco oficial".

"Ocorreram desfiles e comemorações majoritariamente militares, de forma protocolar. E não foram produzidos e empreendidos, nesta fase, discursos e comportamentos político-eleitorais típicos de campanhas", disse o advogado.

 

Ele acrescenta, porém, que após o encerramento da agenda oficial, o então presidente, "já sem a faixa presidencial, se deslocou a pé na direção do público e discursou, na condição de candidato".

"Da mesma forma que outros candidatos poderiam ter feito, naquele exato momento e ao longo de todo o dia", disse a defesa.


Ainda não há data para o julgamento dessas ações relacionadas ao Sete de Setembro.


Atualmente, o TSE julga três ações contra Bolsonaro que envolvem a campanha frustrada à reeleição, relacionadas a uso das lives semanais para pedir votos e de eventos de apoio no Palácio do Planalto e no Palácio da Alvorada. Nesses casos, Gonet se manifestou contra punições ao ex-presidente.


Em junho, por 5 votos a 2, a corte declarou Bolsonaro inelegível oito anos, em razão dos ataques e mentiras contra o sistema eleitoral em reunião com embaixadores.


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