O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou sobre as eleições na Venezuela por telefone com o ditador do país, Nicolás Maduro, nesta segunda-feira (16/10).
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A conversa entre Lula e Maduro se deu no mesmo dia em que a ditadura anunciou a retomada das negociações com a oposição. Espera-se que o líder do regime e seus opositores assinem um acordo acerca do pleito ainda nesta semana.
O jornal americano The Washington Post divulgou também nesta segunda que Caracas firmou um tratado com o governo americano em que se compromete a organizar eleições presidenciais competitivas e a permitir que elas sejam monitoradas por observadores internacionais. Em troca, a Casa Branca deve aliviar as sanções contra a indústria de petróleo do país sul-americano.
Durante a conversa, segundo a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Lula teria pedido mais detalhes sobre essas negociações, tanto com a oposição como com americanos. O governo brasileiro também informou que foram discutidas medidas para facilitar o comércio entre os dois países -Maduro teria dito que encaminhará uma sugestão para o tratamento das cargas que estão retidas na região fronteiriça, e os dois países teriam concordado em acelerar a negociação de um acordo de cooperação e facilitação de investimentos.
Os temas de discussão incluíram ainda a retomada da exportação de energia elétrica da Venezuela para o Brasil por meio de conexão no estado de Roraima. E propostas para a retomada do pagamento da dívida que Caracas tem com Brasília.
Em maio deste ano, Lula recebeu uma visita oficial de Maduro marcada por pompa e gestos simbólicos dos dois lados. O petista chegou a afirmar que aquele se tratava de um "momento histórico". "Depois de oito anos, o presidente Maduro volta a visitar o Brasil, e nós recuperamos o direito de fazer políticas de relações internacionais com a seriedade que sempre fizemos, sobretudo com os países que fazem fronteira com o Brasil", disse na ocasião.
Além de reatar as relações diplomáticas com a Venezuela, Lula defende a reintegração da nação à geopolítica mundial. Em entrevista em junho, ao ser questionado sobre a ausência de democracia no território venezuelano, o brasileiro relativizou a noção de democracia. "O conceito de democracia é relativo para você e para mim", afirmou.