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Estado de Minas GOVERNO

Zema se reúne com deputados após entrega de plano de recuperação fiscal

Encontro com integrantes do legislativo ocorre um dia depois do plano de Regime de Recuperação Fiscal ser entregue à Assembleia de Minas


17/10/2023 20:18 - atualizado 17/10/2023 22:14
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Governador Romeu Zema
Governador Romeu Zema (Novo) se reuniu com deputados estaduais da base e com secretários nesta terça-feira, um dia após entrega do plano de Recuperação Fiscal para o estado de Minas Gerais (foto: Jair Amaral/EM/D.A. Press)
O governador Romeu Zema (Novo) se reuniu com deputados estaduais da base na noite desta terça-feira (17/10) no Palácio da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O evento teve como objetivo aproximar os nomes da situação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) do próprio governador e do secretariado, uma demanda antiga de quem compõe os grupos ligados ao Executivo, maioria do parlamento.

O encontro acontece um dia após a entrega do plano do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) ao Legislativo. Foram convidados todos os 57 integrantes da base governista, entre todos os 77 deputados estaduais. A lista de presença não foi divulgada, mas estavam ausentes nomes como o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), que já havia se reunido com o governador pela manhã,  e do Sargento Rodrigues (PL), que vive em pé de guerra com Zema pelo reajuste salarial das forças de segurança do estado.
 
Na saída, o deputado Eduardo Azevedo (PSC) disse que o evento foi um encontro informal entre os secretários e os parlamentares. Segundo ele, apenas Zema e o secretário de Governo, Gustavo Valadares, fizeram pronunciamentos. 

"Foi mais uma questão do governo chamar os deputados para fortalecer os laços com a base dentro da Assembleia Legislativa [...] Especificamente, nenhuma pauta foi tratada, apenas o pedido para estarmos alinhados para os projetos que virão nos próximos anos durante todo o mandato", disse o parlamentar, que deixou o Palácio cerca de meia hora após o horário marcado para o início do encontro.
A lista de presença  não foi oficialmente divulgada até a última atualização da reportagem. Fontes apontam que 46 dos 57 parlamentares convidados estiveram no Palácio da Liberdade. 
 
Pautas como o possível congelamento dos salários dos servidores públicos com o Regime de Recuperação Fiscal e a já aprovada votação do aumento de 2 pontos percentuais no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em diversos produtos geraram ruídos na comunicação entre governo e sua base. Segundo os parlamentares, o encontro informal teve o objetivo de aparar essas arestas. 

Em entrevista na saída do evento, o deputado Cristiano Caporezzo (PL) reiterou o caráter informal do encontro, mas destacou que tanto Zema,quanto Valadares trataram especificamente sobre o RRF e a precarização da Cemig. O parlamentar, ligado ao bolsonarismo e à Polícia Militar, destacou que, embora seja base governista, apresentou suas reticências quanto ao projeto de Recuperação Fiscal. 

"O governo está interessado em promover pautas relevantes ao estado como o Regime de Recuperação Fiscal e a privatização da Cemig. Da minha parte, já deixei bastante claro que só voto a Recuperação Fiscal se as perdas inflacionárias da Segurança Pública forem pagas e com o compromisso de que não vai haver uma estagnação dos salários [...] eles falaram que isso não confere, que o salário vai continuar sendo corrigido de acordo com a inflação, mas eu preciso ler o texto pra acreditar", disse o deputado.

O evento foi fechado para a imprensa e contou apenas com a participação dos parlamentares e secretários. Embora os deputados tenham apresentado algumas diferenças de discurso em relação aos principais objetivos da equipe de Zema ao reunir a base de situação na Assembleia, o interesse em tornar mais homogêneo o bloco governista foi destacado em uníssono. Bim da Ambulância (Avante) também falou com jornalistas na saída do Palácio e sintetizou o clima.

“A bancada está rachada, isso aí é fato.Não tem jeito de falar que estão consolidados os votos necessários para votar os projetos apresentados [...] ele está sinalizando que está sensível às demandas de cada deputado e às necessidades de cada mandato e com isso nós podemos pontuar que para um primeiro passo já é um grande avanço esse reconhecimento da união do Legislativo e do executivo. () esses pontos são secundários, o ´primário é a unidade da base, a consolidação de quem realmente está contribuindo com o mandato do governador Zema”, disse o deputado.
 
 
Gustavo Valadares, secretário de Governo
Gustavo Valadares, secretário de Governo, foi um dos que falou durante evento rápido no Palácio da Liberdade (foto: Marcos Vieira/EM/D.A. Press)
 

Secretário ressalta informalidade da reunião

O secretário de Governo, Gustavo Valadares, reforçou após o evento que a ideia do governo tinha como objetivo antes alinhar a base em uma reunião informal e, como pontos paralelos, tratar sobre as principais pautas do Executivo em aguardo para a apreciação dos deputados. Valadares, que já ocupou a liderança de Zema na Assembleia, destacou que, além dele próprio e do governador, também se pronunciou aos colegas o atual líder de governo, João Magalhães (MDB). 

Sobre novas reuniões, Valadares destacou que o governo planeja mais agendas com os parlamentares em um futuro próximo. “As negociações com a Assembleia têm que ocorrer diariamente, as conversas têm que ser diárias e o governador se dispôs, mais uma vez, a estar sempre conversando com os parlamentares. Colocou isso agora como uma prioridade da agenda dele. Se precisar de reuniões em grupo, como a de hoje, ele fará se precisar de reuniões individuais, ou por bancada, ele fará”.

Ainda assim, Valadares não negou que pautas essenciais ao governo, como a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal, não ficaram de fora da conversa. O plano que busca renegociar a dívida com a União é prioridade de Zema desde o início de seu primeiro mandato, mas, diante de um impasse no Legislativo, não caminhou. O projeto que consiste no enxugamento de gastos públicos como uma prerrogativa para quitar o bilionário débito com o governo federal é alvo de críticas mesmo entre os governistas, já que envolve regras para reajuste salarial dos servidores, como os funcionários da Segurança Pública. Em entrevista, o secretário repetiu o discurso de que não há outra alternativa para a dívida mineira se não o RRF e que pretende dialogar com os parlamentares.

“Olha, a gente sabe que se fosse uma matéria simples, ela já teria sido apreciada e votada há mais tempo. A gente sabe que é uma matéria espinhosa. Nós vamos ter que enfrentar opiniões divergentes. As forças de segurança têm seus pleitos, a gente tem que reconhecer a importância deles mesmo em momentos que a gente não consegue atender. Nós vamos participar de debates na Assembleia e vamos mostrar que não há outro caminho. Eu falei isso ontem durante a audiência pública na Assembleia e volto a repetir: os estados que vivem a mesma realidade que Minas são Rio Grande do Sul, Goiás e Rio de Janeiro. Todos estão dentro do Regime de Recuperação Fiscal. Todos reclamam, dizem que é ruim e todos têm a oportunidade de sair a qualquer tempo. Ninguém sai porque não tem outro caminho. para quem, como Minas, deve R$ 150 bilhões para a União, é preciso conversar com a União”, disse o secretário.



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