Apesar de todos os olhos voltados aos desdobramentos do relatório da CPMI do 8 de Janeiro, associações, sindicatos, entidades da área do fisco estão em peregrinação, desde o início da semana, no Congresso Nacional, em busca de entendimento pela reforma tributária. Os setores seguem insatisfeitos e temem perder com as mudanças implementadas. Do mesmo lado, também aparecem os estados e municípios – que ainda não estão totalmente de acordo com o projeto. Para os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a agenda econômica deve ser prioridade do Executivo.
Lira de olho
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), está na China para uma viagem oficial, mas não se desligou das articulações em Brasília. Ele montou um gabinete para monitorar a discussão e a votação sobre a taxação dos fundos exclusivos e de offshores. A proposta seria votada ontem, mas os parlamentares decidiram adiar até semana que vem e aproveitar o hiato de tempo para alterar alguns pontos do relatório do deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).
Dividido
A possibilidade do presidente Lula dividir a Companhia de Docas do Rio Grande do Norte (Codern), que faz a gestão de portos potiguares e também de Alagoas, pode acirrar os ânimos na política. Isso porque tanto Arthur Lira quanto o senador Renan Calheiros (MDB-AL) querem comandar a estatal. Aliados do chefe do Executivo já avisaram que não será possível agradar gregos e troianos. A Codern tem um plano de investimentos de mais de R$ 30 milhões para este ano.
Segurança pública
O secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, vai se reunir, hoje, com José Mariano Beltrame, no Rio de Janeiro, que foi secretário de Segurança Pública fluminense por mais de nove anos, entre 2007 e 2016, e enfrentou diversas crises na área. Entre elas, coordenou a retomada do Complexo do Alemão, em 2007, e foi um dos idealizadores das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). “Temos que buscar aprender com os que já trilharam o mesmo caminho que percorremos hoje”, disse Cappelli à coluna.
Novo julgamento Bolsonaro
A semana não tem sido nada fácil para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além do pedido de indiciamento pelo relatório da CPMI do 8 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcou para os próximos dias 24, 26 e 31 o julgamento das ações que apuram as condutas do ex-chefe do Planalto nos atos de 7 de setembro de 2022. O MP Eleitoral defendeu a inelegibilidade dele – que já foi condenado por uso indevido dos meios de comunicação.