O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que partiu do ex-chefe do Executivo a ordem para confeccionar falsos cartões de vacina contra a COVID-19. A informação foi publicada pelo site de notícias UOL, com base no depoimento de delação premiada do militar.
Cid, em um de seus depoimentos à Polícia Federal, contou que participou do esquema de fraudes nos certificados de vacinação no sistema do Ministério de Saúde, informando que tudo aconteceu não apenas sob conhecimento de Bolsonaro, mas por ordens dele. Os comprovantes da imunização estariam no nome do presidente e no da filha dele, Laura, de 13 anos.
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Wajngarten ainda negou publicamente a acusação em seu perfil do X, antigo Twitter. “Uma hipotética delação que está sob sigilo, que a defesa dos envolvidos não teve acesso, que mesmo assim a imprensa reporta genericamente com manchetes enormes. Não há comprovação de absolutamente nada, não há nenhum nexo. Na era do digital valem os cliques apenas”, publicou.
Bolsonaro negou fraudes
A delação de Cid contraria o depoimento do ex-presidente, que, em maio, declarou à PF que não conhecia nem orientou fraudes em cartão de vacinação para seu uso ou de familiares. Na época, ele declarou que não se imunizou.
Ainda segundo o depoimento de Mauro Cid, ele mesmo teria providenciado os comprovantes falsos e teria entregue os documentos em mãos ao então presidente, para que usasse”caso achasse conveniente”.
Segundo o militar, os dados foram inseridos por funcionários da Prefeitura de Duque de Caxias no sistema do Ministério da Saúde em 21 de dezembro de 2022. De acordo com as investigações, o objetivo da fraude era burlar exigências de comprovação de vacinação em outros países. Em 30 de dezembro de 2022, Bolsonaro viajou com a família para os Estados Unidos, que exigia comprovante de vacinação ou a realização de teste negativo de COVID-19.