A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse nesta terça-feira (24/10), em Belo Horizonte, que preferia que a irmã Marielle Franco, assassinada há cinco anos, estivesse em seu lugar.
"Acho que todo mundo sabe e entende que 2018 foi quando a nossa vida deu essa virada e eu confesso que eu preferia mil vezes que fosse a Marielle aqui. No senado, como ministra... É difícil, mas ao mesmo tempo a gente sabe que sem resistência e sem luta a gente não consegue", disse a ministra.
A declaração aconteceu durante uma roda de conversa com seis quilombolas, na Região Leste da capital. O encontro faz parte da 12ª Edição do Festival de Arte Negra (FAN-BH).
Quilombolas
"Eu vim aqui para ouvir. Quando a gente chega na casa das pessoas a gente escula elas primeiro, anota as reivindicações e leva adiante. A gente chega no ministério com R$ 4 milhões (orçamento anual) para cuidar de 57% da população", disse Anielle.
Líderes dos seis quilombolas presentes – carolinos, mangueiras, luizes, manzos, matias e souzas – falaram durante o encontro. Makota Kidoiale, liderança do Quilombo Manzo, destacou a importância do encontro, fez reivindicações políticas e ressaltou os direitos dos seus pares.
"Para a gente, quilombola é só quilombo, não tem isso de rural ou urbano. A questão geográfica é o estado que coloca. Não fomos nós que viemos para a cidade, foi a cidade que veio até nós", afirmou Kidoiale.
O encontro também recebeu a presenta de parlamentares, como a deputada estadual Bella Gonçalves (Psol) e a vereadora Iza Lourença (Psol).
Na parte da noite, a Anielle Franco também participa de uma roda de conversa do FAN-BH, com o tema "Futuros Desejáveis, Caminhos Possíveis: reflexões sobre cultura preta, tecnologias ancestrais, cidadania e reparação histórica". O evento acontece no Teatro Francisco Nunes, dentro do Parque Municipal, no Centro da capital.