A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), comentou os novos dados do Censo de 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa sexta-feira (27/10). O levantamento mostra que o número de pessoas com 65 anos ou mais ultrapassou os 10% da população, revelando uma aceleração do envelhecimento do Brasil nos últimos 12 anos.
“No Brasil, 10,9% dos brasileiros possuem mais de 65 anos. Essa parcela da população cresceu 57% desde 2010. Ao mesmo tempo, a participação das crianças com até 14 anos recuou de 24,1% em 2010 para 14,8% atualmente. Isso nos dá novas responsabilidades no desenho de políticas públicas”, disse Simone Tebet.
O levantamento do IBGE, subordinado a pasta do Planejamento, ainda revelou que o chamado “índice de envelhecimento”, um cálculo que representa o número de pessoas do grupo de idosos em relação a um grupo de 100 crianças de zero a 14 anos, saltou de 30,7 para 55,2. Quanto maior o valor do índice, mais envelhecida é a população.
Especialistas indicam que o envelhecimento se deve pelas condições sanitárias e sociais do país, seguindo uma tendência Europeia e Norte Americana. Por exemplo, quando melhor o acesso a equipamentos de saúde, água e esgoto tratados, perspectivas de renda, menor é a mortalidade e maior o envelhecimento de uma população. O índice também sofre um forte impacto da queda na fecundidade, quando as mulheres têm menos filhos.
Segundo Humberto Sette, coordenador técnico do Censo 2022 do IBGE em Minas Gerais, esse é um processo de transição demográfica. “Ele iniciou no Brasil por volta de 1940, de forma lenta e vem se acelerando ao longo do tempo. Queda na fecundidade com queda na mortalidade, se tem um aumento na faixa etária superior que é exatamente o que chamamos de envelhecimento”, disse.