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Estado de Minas VIOLÊNCIA DE GÊNERO

Vereadora recebe nova ameaça e pode entrar em programa federal de proteção

O alvo dessa vez é a vereadora Iza Lourenço (Psol), que já anda sob escolta policial


30/10/2023 17:46 - atualizado 30/10/2023 17:52
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Da tribuna do plenário da Câmara, vereadora Iza Lourenço denuncia novas ameaças de morte contra ela e a escolta que a acompanha
Vereadora Iza Lourenço denuncia novas ameaças de morte contra ela e a escolta que a acompanha (foto: Cláudio Rabelo/CMBH)
A violência política contra parlamentares mineiras não dá trégua. Enquanto os responsáveis não são identificados pela Polícia Civil (PCMG), ameaças de morte e estupro continuam sendo feitas contra vereadoras e deputadas de esquerda.

 

O alvo dessa vez é a vereadora Iza Lourenço (Psol), de Belo Horizonte, que, desde agosto, quando recebeu a primeira intimidação envolvendo, inclusive, sua filha pequena, anda sob escolta policial.

 

Nesta segunda, a vereadora relatou que segue sendo ameaçada e que, dessa vez, a tentativa de intimidação envolve até mesmo a escolta que a acompanha desde que os ataques começaram. Uma das ameaças teve como remetente o mesmo autor de outros e-mails anteriores. Os outros dois foram enviados de endereços diferentes.

 

A vereadora afirma que entrou com um pedido para ingressar no "Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH)" e que seu caso está sob análise do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

 

Iza, que além de metroviária é também jornalista, disse que está articulando um termo de parceria entre o Ministério Público Estadual e a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) para que o Legislativo também integre a força-tarefa criada pelo MPE e Assembleia Legislativa para apurar e garantir segurança das deputadas ameaçadas. Semana passada, a deputada estadual Lohanna França (PV) também foi alvo de novas ameaças.

 

Leia: Caporezzo invade comissão da ALMG em meio a ameaças de estupro a deputadas 

 

Nos dois últimos meses, além de Iza e Lohanna, também foram ameaçadas a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), a federal Duda Salabert (PDT), a vereadora da capital Cida Falabella (Psol), e as de Uberlândia, Amanda Gondim (PDT) e Cláudia Guerra (PDT).

 

De acordo com a vereadora, na última semana foram enviadas para seu e-mail institucional da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) três novas ameaças de estupro corretivo e de morte, com conteúdo misógino e racista.

 

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“Também me chamaram de macaca e reivindicaram a autoria dos atos golpistas do dia 8 de janeiro, e do último atentado que teve numa escola que onde um aluno matou uma criança e até o assassinato da vereadora Marielle Franco”, afirma a vereadora, se referindo ao ataque a uma escola de Poços de Caldas, no Sul de Minas, onde um adolescente de 14 anos matou um aluno e feriu outros três usando uma faca.

 

Um dos e-mails, conta a vereadora, ameaça executar os guardas municipais que fazem sua escolta diária se ela permanecer andando sob segurança. “O que eles querem é tornar nossa vida insuportável a ponto de desistirmos de estar na política, porque quem aguenta ter nossas filhas ameaçadas,vidas e famílias ameaçadas? Mas a gente não vai desistir”, garantiu.

 

As novas ameaças já foram enviadas para as polícias Federal e Civil, que também acompanham a escalada de ameaças contra parlamentares mineiras, e para o Ministério da Justiça. “Nós precisamos que as investigações avancem e que esses grupos de ódio sejam desmantelados pelo estado brasileiro, porque eles são uma forte ameaça à presença das mulheres nos parlamentos”, defendeu a vereadora.

 

Investigação

 

Por meio de um nota, o MPE, que coordena as investigações, disse que tem se dedicado intensamente a apurar os fatos em parceria interinstitucional por meio da força-tarefa criada junto à Polícia Civil e à Assembleia, mas que as investigações são “complexas” e envolvem crimes praticados com técnicas para dificultar a identificação e organizados em fóruns da chamada dark web”.

 

“Demanda, portanto, a utilização de técnicas e programas especializados, ordens judiciais e análise de grande quantidade de dados por profissionais capacitados. Isso implica na necessidade de tempo adequado para que a responsabilização penal seja bem-sucedida e respeite a legalidade”, afirmou em nota.


A força-tarefa já realizou uma primeira operação, batizada de Di@na, e os dados e informações obtidas por meio de buscas e apreensões autorizadas pela Justiça estão em análise.

 


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