O secretário de Estado de Casa Civil no Governo de Minas, Marcelo Aro (PP-MG), rebateu as críticas feitas na segunda-feira pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre uma possível aprovação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Em entrevista ao "EM Minas", conduzida pelo jornalista Benny Cohen, o secretário, em resposta às declarações de Silveira, disse que o ministro "começou a fazer campanha cedo" e tem apenas interesses políticos na questão. Segundo Aro, ele confia na aprovação do projeto que está em debate durante a última semana.
Aos domingos, a entrevista completa estará disponível no portal e no jornal impresso do Estado de Minas. O público também pode conferir matérias com os principais destaques no portal do EM e do Uai.
"Sinto um clima favorável na ALMG. O trabalho está caminhando, principalmente com a ação do secretariado. Temos Luísa Barreto - secretária de Planejamento - Gustavo Barbosa - secretário da Fazenda - e Gustavo Valadares - secretário de Estado - fazendo um trabalho excelente. Estão dialogando e vão passar o RRF. Agora, o ministro Alexandre, é mineiro, não é? E vem criticando quem está conseguindo trabalhar. Ele fala da questão dos servidores, mas esqueceu que o último governo do PT não pagou os salários mesmo com liminar", disse. "O ministro Alexandre Silveira parece querer defender o indefensável. Não faz parte do meu estilo político falar mal dos outros. Não vou ficar aqui criticando o Pimentel ou o governo do PT. Essa não é a minha abordagem. Recebemos um estado em situação financeira crítica, inclusive com falta de recursos para os municípios, que têm repasses obrigatórios constitucionais. O último governo do PT deixou uma dívida de 7 bilhões", seguiu.
Em evento realizado em Belo Horizonte, na manhã de segunda-feira (30/10), o ministro teceu críticas à proposta do governador."Nós não admitiremos retrocesso na qualidade do serviço público na negociação desse Regime de Recuperação Fiscal, ou seja, o governo federal lutará bravamente para não ser retirado o direito de atualização dos salários dos servidores públicos do estado. Nós não admitiremos sacrifício de quem trabalha para servir o povo mineiro, que são muitas vezes demonizados pelo atual governo do estado, e nós não admitiremos que esses funcionários paguem o preço por aqueles que querem viabilizar apenas um governo e não viabilizar o estado", disparou Silveira. “O governo atual (Zema) conseguiu manter a conta do funcionalismo paga, por causa da liminar que suspendeu os pagamentos do estado para a União. Qual a consequência? A conta da dívida pública de MG com a União aumentou de 113 para 168 bilhões de reais. Os mineiros precisam saber”, disse Silveira.
O modelo em discussão, que precisa ser aprovado pelos deputados até o dia 20 de dezembro.
Relação com ALMG
Em conversa exclusiva ao Estado de Minas, feita após a entrevista na TV Alterosa, Aro repudiou a fala do ministro, que disse que tem discutido com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para elaborar outra proposta ao RRF.
Questionado sobre o argumento, o secretário de Zema disse que o governador tem secretários especializados no assunto para discutir essa questão. "Em primeiro lugar, nós temos um plano de recuperação fiscal, que está apresentado na Assembleia, ou seja, nós estamos diante de um problema. E não é qualquer um, é uma dívida que o governo do estado tem com a União de 160 bilhões de reais. E que diga de passagem o governador Romeu Zema não fez um centavo dessa dívida", explicou.
Questionado sobre o argumento, o secretário de Zema disse que o governador tem secretários especializados no assunto para discutir essa questão. "Em primeiro lugar, nós temos um plano de recuperação fiscal, que está apresentado na Assembleia, ou seja, nós estamos diante de um problema. E não é qualquer um, é uma dívida que o governo do estado tem com a União de 160 bilhões de reais. E que diga de passagem o governador Romeu Zema não fez um centavo dessa dívida", explicou.
"Essa dívida é oriunda das últimas gestões, mas, ao reconhecer esse débito, o governador diz o seguinte: ‘Olha, eu tenho uma proposta para podermos pagar isso a longo prazo, certo?’. Precisamos cortar gastos, enxugando a máquina pública e parcelando essa dívida. Então, minha pergunta é: qual é a proposta do ministro Alexandre Silveira? Criticar é fácil, não é mesmo?", questionou.
O secretário ainda disse estar confiante com a aprovação do RRF, mesmo com a base governista na ALMG em clima de tensão. Nas últimas semanas, houve um racha entre os parlamentares e o governador, que argumentam que o chefe do Executivo mineiro não deixava espaço para diálogo. "Eu confio bastante no trabalho de Gustavo Valadares, secretário de Estado, que é o responsável pela articulação na ALMG. Portanto, cabe a ele e a todos nós, do governo do estado, fazer o convencimento aos deputados estaduais e demonstrar a importância da aprovação do regime de operação fiscal."
Eu já fui deputado, então eu sei né? São poucos os casos das pessoas que decidem entrar para a política por outros interesses. A primeira, sempre é um chamado. Um desejo estadista. Muitas vezes a pessoa pode até se corromper no meio do caminho, mas o primeiro chamado é o que fica. E eu acredito neste ardor. Acredito que essa chamada estadista vai tocar cada um dos deputados estaduais que vão compreender a importância de aprovar o Regime Fiscal
Marcelo Aro, secretário de Estado de Casa Civil no Governo de Minas
EM Minas
Neste sábado (3/11), às 19h30, o EM Minas, programa de entrevista da TV Alterosa, jornal Estado de Minas e Portal Uai, recebe o secretário de Estado de Casa Civil no Governo de Minas, Marcelo Aro (PP-MG).
O EM Minas vai ao ar todo sábado, sempre no início da noite, apresentado pelo jornalista Benny Cohen. Ao longo dos episódios, serão entrevistados os principais nomes da cena política e do setor produtivo de Minas Gerais e do Brasil.
O programa é transmitido para todo o estado pela TV Alterosa. Cada episódio é dividido em três blocos, sendo dois transmitidos na televisão e um terceiro bloco exclusivo no YouTube do Portal Uai, onde todos os programas poderão ser vistos na íntegra.