O ex-governador de Minas Gerais Alberto Pinto Coelho morreu ontem, aos 78 anos. Ele foi governador do estado entre abril e dezembro de 2014, após o então governador Antonio Anastasia renunciar ao cargo para concorrer ao Senado. Alberto Pinto Coelho também foi deputado estadual por quatro mandatos consecutivos – sendo votado em 750 dos 853 municípios mineiros – e presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) por dois mandatos. O velório foi realizado no Palácio da Liberdade, com a presença de políticos que conviveram com o ex-governador nas últimas décadas.
Foi o filho, deputado estadual Betinho Pinto Coelho (PV), que comunicou o falecimento. "É com tristeza profunda que comunico o falecimento do meu amado pai, ex-governador Alberto Pinto Coelho, na manhã desta segunda-feira. (Ele) foi, é e sempre será a minha maior referência", escreveu em suas redes sociais. Alberto Pinto Coelho estava internado no Hospital Mater Dei por causa de uma leucemia. Em razão da morte do ex-governador, a Assembleia cancelou as atividades que ocorreriam ontem na Casa Legislativa. O presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite, decretou luto institucional de três dias.
O governador Romeu Zema (Novo) lamentou a morte. Em nota, disse que o falecimento de Alberto Pinto Coelho é uma "grande perda para a política" mineira e ressaltou o seu legado político. O governador esteve no velório e fez um pronunciamento à imprensa reiterando o caráter conciliatório do político mineiro: “Ele teve uma longa carreira política como parlamentar, como presidente da Assembleia Legislativa e foi um homem marcante pelo legado que está deixando e pela atuação política que teve no estado. Uma perda muito grande para nós mineiros. Fico triste desse homem público com essa estatura ter nos abandonado. Então estive aqui me solidarizando com a família”.
Também presente no velório, o presidente da Assembleia Tadeu Martins Leite (MDB) foi outro a se recordar de Pinto Coelho como uma figura pública propensa ao diálogo e conciliação. Ele também falou sobre o legado deixado pelo político no comando do Legislativo mineiro: “Ele deixou seus exemplos para todo o estado de Minas Gerais, mas principalmente para quem faz vida pública por seu modo de conciliar, de diálogo, de mediar. Ele deixa diversos ensinamentos e, principalmente, mostra a importância de todos estarmos sempre à mesma mesa fazendo a boa política Foi um grande líder, como todos nós conhecemos e sabemos disso. Através do diálogo, ele conseguiu construir consensos lá na Assembleia”.
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), também lamentou a perda do ex-governador. Em suas redes, Fuad disse que perdeu um amigo, um "homem íntegro e extremamente dedicado ao povo mineiro". "Com profundo pesar e consternação, estendo meu fraterno abraço aos seus familiares e amigos e torço para que seus exemplos de homem público permaneçam para as próximas gerações", escreveu.
Para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a morte do ex-governador priva Minas Gerais da "convivência com um dos homens públicos mais relevantes da história recente do nosso estado". "Deputado por quatro mandatos na ALMG, onde exerceu o cargo de presidente, Pinto Coelho, que foi vice-governador e governador de Minas, marcou sua trajetória por ter sido um homem público do consenso, do diálogo e da relação cordial e republicana com todas as correntes políticas. Construiu pontes com todos os segmentos da sociedade, sempre com o objetivo de buscar o desenvolvimento do nosso estado", declarou.
Em suas redes sociais, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Antonio Anastasia disse que Minas perdeu um de seus mais destacados homens públicos. “Alberto Pinto Coelho foi um político exemplar, caracterizado por sua habilidade singular em ouvir, integrar e transformar divergências em consensos. Um político de coração enorme, singular e generoso. Sua trajetória, como deputado, presidente da Assembleia e governador do nosso Estado, fala por si. Mais do que um companheiro excepcional de governo, perdi um grande amigo, leal, sensível e com imenso amor a Minas Gerais", escreveu Anastasia. Já o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) disse que perdeu um amigo. “Perdemos todos um mineiro exemplar, de grande capacidade e vocação política e um profundo compromisso com o nosso estado”, afirmou.