Ingredientes:
- 2 kg de costelinha de porco
- 3 colheres (sopa) de fubá de milho
- 1 cabeça de alho picada
- Meia colher (sopa) de sal
- 1 molho de cansanção (só as folhas) - encontrado emmercados municipais ou em feiras de orgânicos
- 4 colheres (sopa) de óleo
- 1 litro de água
Ondeficar:
Hotel Serra Verde (31) 3717-6203
Modo de Preparo:
Limpar a costelinha com água quente. Temperá-la com alho e sal. Refogar no óleo até dourar. Em seguida, pôr um copo (americano) de água e deixar cozinhar por 20 minutos, até a carne ficar macia. Separar as folhas de cansanção e batê-las no liquidificador com 700 ml de água, até formar um caldo verde. Pôr o cansanção batido na costelinha e acrescentar o fubá. Misturar bem. Deixar cozinhar por 40 minutos.
Servir com arroz branco, feijão e angu.
Carinhosa natureza
Senhores navegantes é preciso muita atenção nesta hora. Lúcia de Fátima Soares, da cidade de Jequitibá, a 110 quilômetros de BH, é quem ensina a melhor maneira de colher cansanção. "O primeiro passo é chegar alegre e com muita coragem. Depois, tem que dizer: %u2018oh, minha couvinha, me dê licença porque vou pegar algumas folhinhas%u2019." E atenção: segundo dona Lúcia, a planta não gosta de ser chamada de cansanção."Tem que ser couvinha, senão ela entristece", diz. Ensinamento de quem entende do assunto, pois todos os dias a cozinheira repete esse ritual no quintal de sua casa. Com a permissão da planta, ela colhe as folhas, põe na sacola e vai direto para o restaurante Lê e Dani, no Centro da cidade, onde trabalha como cozinheira. Assim que chega, corre para o fogão e prepara um prato que, segundo ela, é relaxante, o cansanção com costelinha.
O segredo da iguaria está mesmo no ritual. "Caso a pessoa não trate bem a planta, ela fica com raiva e amarga a comida." O sabor inigualável revela que a planta estava nos seus melhores dias. E a alegria é completada quando dona Lúcia põe na mesa angu, arroz e feijão. "Ela adora ser servida assim." Quando o cansanção está radiante, ou seja, saboroso, dá uma contribuição final. "Relaxa o corpo e dá sono", assegura.
Mas não é só com as plantas que dona Lúcia conversa. Do Rio das Velhas, que contorna a cidade, ela é confidente. "Trocamos segredos. E fico muito brava com o que o polui. A natureza é a nossa mãe, temos que tratá-la com muito carinho." Lições anotadas, com muito respeito.