Adotar um pet é um gesto nobre. Muitos sofreram maus-tratos e abandono, vivendo à deriva pelas ruas. Há ONGs e pessoas que resgatam esses animais e os ajudam a encontrar um lar. Porém, para os mais velhos, nem sempre é tão simples encontrar um abrigo. Com idade avançada, esses pets precisam de cuidados específicos e nem sempre conseguem tutores dispostos a isso.





 Em 2012, o vira-lata João, 14 anos, passou por maus bocados antes de ser adotado pela servidora pública Regina Pessoa, de 53 anos. Na época, ele tinha por volta de 9 anos, já considerado um cão idoso. João era de moradores de rua e foi resgato por uma ONG após ser espancando e ter fraturas sérias nas patas traseiras. Ele foi levado ao veterinário para fazer cirurgia.

 Regina ficou sabendo do caso de João por meio de um sorteio de rifa promovido por essa instituição para arrecadar fundos e ajudar no tratamento do cão. Acabou se apaixonando pelo vira-lata e o levou para casa. Após alguns dias, ela percebeu que o cachorro estava com dificuldades para andar e suspeitou que fosse por conta das fraturas. Ao analisar, o ortopedista disse que a cirurgia não tinha sido feita corretamente e precisava de outra, mais invasiva, porém, desaconselhável por causa da idade avançada de João.

SAÚDE

 

A servidora foi orientada a levar o animal para a fisioterapia. Segundo ela, hoje o cão vive uma vida bem melhor e mais tranquila. Para quem pretende adotar um pet mais velho, Regina ressalta que a pessoa precisa ter consciência de que terá compromissos financeiros e emocionais. Além disso, precisará de tempo e paciência. “Tenho de colocar na ponta do lápis quanto gasto com João”, brinca. Só com saúde, ela desembolsa cerca de R$ 300 por mês.





 Para Suzana Coelho, diretora-geral da Associação Protetora dos Animais do DF (ProAnima), quando se opta pela adoção de um animal idoso, é importante estar atento à saúde dele, pois demandará mais cuidados veterinários e, consequentemente, mais gastos financeiros. Também é importante lembrar que um animal mais velho não terá a mesma energia que a de um mais novo.

 Assim, eles não são ideais para quem deseja companhia em longas caminhadas e exercícios físicos. Por outro lado, cães idosos tendem a ser bem mais calmos, dormem mais, adaptam-se bem à rotina da família, são mais propensos a receber afagos e carinho. Além disso, são excelentes companhias para tutores mais velhos.

 Suzana ressalta que, ao optar pela adoção de um animal idoso, é desejável saber sobre os hábitos do animal, suas dificuldades e problemas de saúde. Uma avaliação veterinária também é aconselhável a fim de que a família se prepare para dar assistência de saúde devida e possa proporcionar alimentação e cuidados adequados.

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