A exposição ao sol, sem proteção, vem preocupando cada vez mais os dermatologistas. Além de queimaduras na pele, manchas e pintas são as queixas mais comuns em consultórios. Pesquisa realizada pelo Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele (ICCP) aponta que, no Brasil, o número de pessoas que não aplica protetor solar diariamente é de cerca de 73%, o que corresponde a quase três quartos da população. Em 2016, o percentual era de 65%. Mesmo com a comprovação de que o Sol é um dos principais implicadores no surgimento e desenvolvimento de manchas na pele, o costume de buscar proteção contra os raios solares ainda não atinge níveis satisfatórios no país.
Porém, outros fatores, como o envelhecimento, alergias, predisposição genética, alterações hormonais e hiperpigmentação após inflamações são alguns dos principais fatores que podem influenciar na piora ou no aparecimento de manchas na pele. “Algumas podem afetar somente a estética dos pacientes, mas outras podem ser sinais de doenças subjacentes”, conforme alerta a dermatologista Monalisy Rodrigues.
Ela explica que os principais tipos de manchas na pele se dividem entre as cores marrom, preta, branca, roxa e vermelha. “As marrons abrangem condições como a melanose ou mancha senil (tem ligação direta com o excesso da luz solar e aparece com maior frequência no dorso das mãos, colo e costas), fitofotodermatose (queimadura resultante da reação de um componente químico presente em frutas cítricas com o sol) e o melasma (com maior incidência durante a gravidez ou em mulheres que fazem uso de pílula anticoncepcional, esse tipo de mancha pode estar relacionado a fatores genéticos, hormonais e ao sol).”
A dermatologista esclarece que cada tipo de mancha de tom amarronzado tem processos terapêuticos específicos. “No caso da melanose, o paciente pode tratar as manchas por meio da criocirurgia, cauterização química, peelings químicos, procedimentos de dermoabrasão ou optar pelo uso de luz pulsada. Já para o tratamento da fitofotodermatose, ele deverá lavar a área, hidratar a pele e aplicar o protetor solar. O melasma não tem cura, mas tem tratamento, que pode ser feito por meio de cremes clareadores, pellings, laser, microagullhamento robótico e intradermoterapia. No geral, os pacientes que têm manchas deve evitar a exposição excessiva ao Sol, principalmente nos horários entre as 10h e as 16h, fazer uso do filtro solar diariamente e de cremes hidratantes, mas sempre sob a orientação de um dermatologista.”
Ela ressalta que entre as manchas pretas pode-se identificar o nevo e a queratose seborreica escura. “Os nevos se traduzem em pequenas pintas ou manchas de formato arredondado e regular, que podem ser planas ou elevadas, aparecendo nas primeiras décadas de vida de quase todas as pessoas. As queratoses seborreicas são lesões de bordas irregulares, sobrelevadas e altas, com aspecto verrucoso e superfície áspera, que pode se destacar ou descolar em decorrência de pequenos traumas. Esses tipos de manchas pretas não têm caráter maligno, por isso, a retirada depende dos anseios dos pacientes.”
Monalisy explica que as manchas brancas abrangem a leucodermia solar ou sardas brancas, pitiríase versicolor ou pano branco (micose de praia) e o vitiligo. “A leucodermia solar ou gutata são pequenas manchas esbranquiçadas na pele, com tamanho entre 1mm e 10mm, sendo causadas pela exposição excessiva aos raios ultravioleta. Já a pitiríase versicolor ou micose de praia é uma infecção de origem fúngica, que interfere na pigmentação normal da pele e acaba por gerar pequenas manchas espalhadas pelo corpo. Por último, o vitiligo é uma doença com uma possível origem genética, mas que ainda não tem suas causas definidas. A doença leva ao aparecimento de manchas brancas na pele, principalmente em locais como os órgãos genitais, cotovelos, joelhos, rosto, pés e mãos.”
Para o tratamento da leucodermia, a dermatologista esclarece que, além do uso do protetor solar, é possível fazer uso de lasers, crioterapia com nitrogênio líquido e dermoabrasão. Já para a recuperação de manchas causadas pelo pano branco, ela indica que podem ser usados cremes, loções ou xampus antifúngicos, e em casos mais extremos, ainda podem ser receitados comprimidos para uso via oral. Já o vitiligo, mesmo não tendo uma causa especifica, também tem tratamento que pode ser realizado por meio do uso da fototerapia por LED, aplicação de cremes e pomadas a base de corticoides e/ou imunomoduladores.
ENVELHECIMENTO
A médica ressalta que, no grupo das manchas roxas, se encontram os hematomas (causados por pequenos traumas, batidas ou topadas em objetos, que provocam o rompimento de vasos sanguíneos da pele) e a purpura senil, que são petéquias, equimoses ou hematomas, que aparecem no dorso, punhos, antebraços ou das mãos, em decorrência do afinamento da pele, sendo comum em pessoas idosas. “O tratamento de hematomas no primeiro momento se baseia no resfriamento da área com a ajuda de compressas frias, em alguns casos podem ser indicados cremes à base de arnica, heparina ou polissulfato de mucopolissacarídeo. Em casos mais graves, o tratamento destas lesões pode ser feito com o uso de aparelhos de LED, lasers, luz intensa pulsada e alguns ultrassons estéticos. Quanto à purpura senil, o tratamento para essas manchas tem o objetivo de tornar a pele mais espessa, sendo mais indicado o uso de hidratantes à base de Vitamina C e K para amenizar o quadro.”
Os nevos rubi ou pintas de sangue se enquadram no grupo de manchas vermelhas. De origem genética, essas pintas são um agrupamento de pequenos vasos sanguíneos dilatados na superfície da pele. Este tipo de mancha não é maligno, porém o paciente pode optar pela retirada por motivos estéticos. A dermatologista aconselha que todas as manchas sejam examinadas por um dermatologista regularmente para assegurar a saúde da pele ou o diagnóstico e tratamento precoce de alguma patologia.
"Algumas podem afetar somente a estética dos pacientes,
mas outras podem ser sinais
de doenças subjacentes"
. Monalisy Rodrigues,
dermatologista
MANCHAS NA PELE
Os principais tipos, segundo a dermatologista Monalisy Rodrigues, se dividem em:
» Marrons: abrangem condições como a melanose ou mancha senil (tem ligação direta com o excesso da luz solar e aparece com maior frequência no dorso das mãos, colo e costas) fitofotodermatose (queimadura resultante da reação de um componente químico presente em frutas cítricas com o sol) e o melasma, que pode estar relacionado a fatores genéticos, hormonais e ao sol
» Pretas: entre esse tipo de mancha pode-se identificar o nevo e a queratose seborreica escura. “Os nevos se traduzem em pequenas pintas ou manchas de formato arredondado e regular, que podem ser planas ou elevadas. As queratoses seborreicas são lesões de bordas irregulares, sobrelevadas e altas, com aspecto verrucoso e superfície áspera, que pode se destacar ou descolar em decorrência de pequenos traumas
» Brancas: abrangem a leucodermia solar ou sardas brancas, causadas pela exposição excessiva aos raios ultravioleta; pitiríase versicolor ou pano branco (micose de praia) é uma infecção de origem fúngica; e o vitiligo é uma doença com uma possível origem genética, mas que ainda não tem suas causas definidas
» Roxas: nesse grupo se encontram os hematomas (causados por pequenos traumas, batidas ou topadas em objetos, que provocam o rompimento de vasos sanguíneos da pele) e a purpura senil, que são petéquias, equimoses ou hematomas, que aparecem no dorso, punhos, antebraços ou das mãos, em decorrência do afinamento da pele, sendo comum em pessoas idosas
» Vermelhas: de origem genética, essas pintas são um agrupamento de pequenos vasos sanguíneos dilatados na superfície da pele. Esse tipo de mancha não é maligno, porém, o paciente pode optar pela retirada por motivos estéticos