Poucas pessoas sabem, mas a trombose é a causa número um em mortes hospitalares evitáveis, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), além de ser indicativo de um câncer que ainda não se manifestou ou foi diagnosticado. O hematologista do grupo Oncoclínicas Daniel Dias Ribeiro explica melhor o que é o problema. “Trombose é quando um coágulo é formado no momento e local inadequados. Formar coágulos é um mecanismo de defesa do nosso corpo. Todas as vezes que temos uma lesão no endotélio (parede dos vasos), formamos um coágulo para estancar o sangramento até que a lesão cicatrize. Quando formamos um coágulo em um vaso íntegro, temos a trombose”.
O médico aproveita e elege alguns fatores de risco. “Cirurgias, internações prolongadas, longos períodos de imobilização, gestação, uso de anticoncepcionais conjugados, terapia de reposição hormonal, doenças autoimunes e o câncer, entre outros. Hábitos de vida saudáveis e peso adequado funcionam como proteção, mas o mais importante é realizar a tromboprofilaxia (proteção para trombose) com medidas mecânicas ou medicamentos para determinados pacientes quando expostos a situações de risco”, revela.
O tratamento é feito por remédios com o objetivo de evitar o aumento do trombo. Usamos drogas capazes de diminuir a velocidade e intensidade com que formamos os coágulos, assim impedimos o aumento do trombo já existente e a formação de novos. Em algumas situações mais graves pode ser necessário o uso de trombolíticos, drogas capazes de ‘dissolver"’o coágulo”.
A trombose de perto
A jornalista Ana Karenina Berutti, 45 anos, teve a doença em 2002, aos 28 anos, ela conta quais foram os sintomas. “ Uma noite, acordei no meio da madrugada com muita dor na batata da perna esquerda. Parecia que eu tinha tomado um tiro na batata da perna, não consegui colocar o pé no chão. No dia seguinte, fomos para o consultório de um angiologista que haviam indicado. Fiz o sacan doppler e constatamos que havia tido uma trombose na safena parva”, lembra.
Ela precisou redobrar os cuidados com a saúde para evitar que o problema voltasse. “A partir daí, sempre que houvesse risco aumentado para trombose, como gravidez, viagens longas ou cirurgias longas como as ortopédicas, que pudessem me deixar imobilizada por mais tempo, eu teria que tomar anticoagulante. Nas duas gestações, que foram de risco, tive que tomar anticoagulante. E fazer acompanhamento com hematologista, angiologista e obstetra e ginecologista especialista em gravidez de risco”, conta.