Jornal Estado de Minas

Entenda como prevenir a osteoporose

 
osteoporose atinge cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil. Segundo a Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), de cada três pacientes que sofreram fratura no quadril, um tem o diagnóstico da doença, e um em cada cinco pessoas recebe algum tipo de tratamento.





“Osteoporose significa ossos porosos. À medida que envelhecemos, acontece uma perda natural e gradativa da massa óssea. Se essa perda atinge um nível capaz de desordenar a estrutura dos ossos, ele se torna frágil e aumenta o risco de fraturas. Por mais que a osteoporose seja uma doença relacionada à terceira idade, é durante os primeiros anos de vida e na adolescência que conseguimos atingir o nível mais elevado da massa óssea. É nesse período também que devemos garantir a prática de atividades físicas (musculação e exercícios de impacto) e a ingestão adequada de cálcio e de vitamina D com o objetivo de conseguir uma boa reserva dessa massa, já que, no decorrer da vida, essa perda ocorre naturalmente”, explica o ortopedista Daniel Oliveira. 

Mesmo sendo uma doença característica da terceira idade, existem alguns fatores de risco que contribuem para o surgimento da doença. “Pessoas idosas são sempre mais propensas ao desenvolvimento da osteoporose. Homens a partir dos 70 e mulheres a partir dos 50 anos, principalmente as de pele clara e de descendência asiática. Mas outros fatores além da idade podem influenciar, como a deficiência na produção de hormônios, hereditariedade, sedentarismo, menopausa precoce, menstruação irregular, baixo peso, alcoolismo e tabagismo, além do uso de determinados medicamentos como os corticoides”, exemplifica Daniel Oliveira.

O tratamento mais indicado é por meio da vitamina D e cálcio. A primeira tentativa para conter a perda óssea do paciente é feita a partir da ingestão de vitamina D e cálcio, seja por dieta ou suplementação da vitamina e do mineral. Aqueles que são diagnosticados com osteoporose, além do consumo da vitamina D, cálcio e da prática da atividade física, devem fazer uso também de medicamentos que melhorem a resistência óssea. Entre os mais utilizados estão os bifosfonatos, que têm eficácia constatada no que diz respeito ao aumento da massa óssea da coluna e do quadril; a calcitonina e medicamentos biológicos, capazes de diminuir o ritmo da degeneração. A escolha do medicamento vai variar de pessoa para pessoa, segundo avaliação médica.O repouso e medicação aliviam os sintomas, mas não podem melhorar a fratura. Nesses casos é indicado uso de coletes”, revela o ortopedista.




 

Um problema silencioso

 
A doença é assintomática, o que dificulta o diagnóstico. “A osteoporose é uma doença silenciosa. Normalmente, o paciente só descobre que está com o desgaste quando sofre alguma fratura ou começa a sentir dores decorrente de quedas. A confirmação do diagnóstico da osteoporose se dá através da densitometria óssea”, afirma o médico.
 
Vera Lúcia Magaldi Ribeiro de Oliveira, 81 anos, é paciente de Daniel Oliveira. Ela conta como descobriu que tinha osteoporose. “Há cerca de cinco anos descobri a perda óssea através da densitometria", recorda.
 
Ela diz que nunca havia sentido nada. "Porém, no ano passado, em 2018, escorreguei e quebrei uma vértebra. Por conta disso tive de usar o colete por três meses e fazer aplicações de injeções de teriparatida”, recorda.
 
Hoje, ela toma certos cuidados para evitar complicações. “Continuo fazendo suplementação de vitamina D e cálcio, além de medicamentos à base de bifosfonados. Para prevenir novas quedas, faço exercícios, caminhadas e alongamentos. Em relação à alimentação, preocupo em ingerir mais legumes e comidas leves e  evito frituras e alimentos pesados.”
 
* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram